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Texto Filosofico

Disseram a Sócrates:
“Vamos lhe dar algumas alternativas.
Se deixar Atenas e prometer nunca mais voltar, pode se salvar da morte.
Ou, se quiser permanecer em Atenas, então deve parar de falar, ficar em silêncio.
Depois também podemos persuadir o povo a deixá lo viver.
Caso contrário, a terceira alternativa é que amanhã, quando o sol se pôr, você terá que beber veneno.”
O que Sócrates fez Disse: “Estou pronto para tomar o veneno amanhã ou hoje, quando quer que o veneno esteja pronto, mas não posso parar de dizer a verdade.
Se estiver vivo, vou continuar a dizê la até meu último suspiro.
Além disso, não posso deixar Atenas apenas para me salvar, porque depois vou sempre me sentir um fraco que ficou com medo da morte, que escapou da morte, e que não pôde assumir a responsabilidade da morte também.
Tenho vivido de acordo com a minha própria forma de pensar, sentir e ser, e quero morrer também dessa forma.
“E não se sinta culpado.
Ninguém é responsável por minha morte.
Sou eu o responsável.
Eu sabia que isso estava prestes a acontecer, já que falar a verdade em uma sociedade que vive de mentiras, fraudes e ilusões é pedir para morrer.
Não culpo essas pessoas pobres que decidiram por minha morte.
Se alguém é responsável, esse alguém sou eu.
E quero que todos saibam que vivi assumindo responsabilidades por mim mesmo e vou morrer dessa mesma forma.
Em vida, fui um indivíduo.
Na morte, sou um indivíduo.
Ninguém decide por mim, sou eu quem decide sobre o meu destino.”
Isso é dignidade.
Isso é integridade.
Isso é o que um ser humano deveria ser.
E se a Terra como um todo fosse cheia de pessoas como esse homem, seria possível fazer desta Terra um local tão bonito, com muito êxtase, abundante em tudo
(texto extraído de O Livro dos Homens, de Osho)

Uma frente avançada das ciências, hoje, é constituída pelo estudo do cérebro e de suas múltiplas inteligências.
Alcançaram se resultados relevantes, também para a religião e a espiritualidade.
Enfatizam se três tipos de inteligência.
A primeira é a inteligência intelectual, o famoso QI (Quociente de Inteligência), ao qual se deu tanta importância em todo o século XX.
É a inteligência analítica pela qual elaboramos conceitos e fazemos ciência.
Com ela organizamos o mundo e solucionamos problemas objetivos.
A segunda é a inteligência emocional, popularizada especialmente pelo psicólogo e neurocientista de Harvard David Goleman, com seu conhecido livro A Inteligência emocional (QE = Quociente Emocional).
Empiricamente mostrou o que era convicção de toda uma tradição de pensadores, desde Platão, passando por Santo Agostinho e culminando em Freud: a estrutura de
base do ser humano não é razão (logos) mas é emoção (pathos).
Somos, primariamente, seres de paixão, empatia e compaixão, e só em seguida, de razão.
Quando combinamos QI com QE conseguimos nos mobilizar a nós e a outros.
A terceira é a inteligência espiritual.
A prova empírica de sua existência deriva de pesquisas muito recentes, dos últimos 10 anos, feitas por neurólogos, neuropsicólogos, neurolingüistas e técnicos em magnetoencefalografia (que estudam os campos magnéticos e elétricos do cérebro).
Segundo esses cientistas, existe em nós, cientificamente verificável, um outro tipo de inteligência, pela qual não só captamos fatos, idéias e emoções, mas percebemos os contextos maiores de nossa vida, totalidades significativas, e nos faz sentir inseridos no Todo.
Ela nos torna sensíveis a valores, a questões ligadas a Deus e à transcendência.
É chamada de inteligência espiritual (QEs = Quociente espiritual), porque é próprio da espiritualidade captar totalidades
e se orientar por visões transcendentais.
Sua base empírica reside na biologia dos neurônios.
Verificou se cientificamente que a experiência unificadora se origina de oscilações neurais a 40 herz, especialmente localizada nos lobos temporais.
Desencadeia se, então, uma experiência de exaltação e de intensa alegria como se estivéssemos diante de uma Presença viva.
Ou inversamente, sempre que se abordam temas religiosos, Deus ou valores que concernem o sentido profundo das coisas, não superficialmente mas num envolvimento sincero, produz se igual excitação de 40 herz.
Por essa razão, neurobiólogos como Persinger, Ramachandran e a física quântica Danah Zohar batizaram essa região dos lobos temporais de ''o ponto Deus''.
Se assim é, podemos dizer em termos do processo evolucionário: o universo evoluiu, em bilhões de anos, até produzir no cérebro o instrumento que capacita o ser humano perceber a Presença de Deus, que sempre esteve lá embora não perceptível conscientemente.
A existência desse ''ponto Deus'' representa uma vantagem evolutiva de nossa espécie humana.
Ela constitui uma referência de sentido para a nossa vida.
A espiritualidade pertence ao humano e não é monopólio
das religiões.
Antes, as religiões são uma das expressões desse ''ponto Deus''.