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Tarde Demais

Nunca é tarde demais
Nunca é tarde para pensar na vida,
procurar uma saída, se levantar de corpo e mente, recomeçar
levantar os olhos, seguir em frente de cabeça erguida,
olhar um novo horizonte, e sonhar
Nunca é tarde para entregar sua mão amiga
para salvar alguém que luta contra a solidão,
nunca é tarde para ouvir a voz da razão seguir
a ordem do coração e viver com gratidão
Nunca é tarde para saber que o mundo não e como imaginava,
e ser luz para alguém sair da escuridão,
caminhar de mãos dadas sentindo a emoção
de haver feito o bem para um irmão
Nunca é tarde para ir até ao encontro dos amigos,
procurar resolver os conflitos no diálogo,
e não aos gritos, ser vencedor e não vencido,
pois tudo é belo mais que bonito
Nunca é tarde para dizer sim para vida, rever os enganos,
lutar contra as barreiras dos anos, para dizer perdão querida,
dizer não ao ego, enxugar as lágrimas para curar as feridas
e no final ainda dizer te amo
Nunca é tarde para abraçar aquela pessoa
que um dia deixou ir, sentir novamente seu amor,
sentir como se não fosse tarde de mais,
e jamais andar sozinho outra vez
Nunca é tarde para dizer que vai ficar todo bem,
reconhecer que errei e que tanto tempo passei a me enganar,
e por causa da alma ferida nunca encontrei a saída
que me impedia de dar próximo passo e caminhar
Nunca é tarde para sorrir, agradecer a Deus pela vida,
viver a realidade de um novo dia, e ter uma vida da qual se orgulhe,
e se não se orgulhar dela, que encontre forças
para começar tudo de novo, fazendo o que não fazia
Nunca é tarde, procure fazer o bem,
ser amigo de alguém, e ajude quem não tem,
diga sempre o que convém, respeite não vá além,
viva sempre amando alguém
Nunca é tarde para mudar a rotina,
e aprender com disciplina, o que o tempo nos ensina,
não desistir, dar a volta por cima depender Deus,
crer nele, pois ser feliz é nossa sina

É CEDO OU TARDE DEMAIS
"Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu." Eclesiastes 3.1
Acordou naquela manhã e olhou no relógio.
Os ponteiros começavam a marcar as primeiras horas do dia.
Ainda com aquela preguiça matinal, puxou o cobertor sobre si e ficou ali encolhido sem saber o que haveria de fazer.
Mas ainda era cedo demais, não sabia muito bem o que fazer e nem como fazer alguma coisa.
De repente o Grande Relógio da copa, daqueles antigos de pêndulo, badala num alarido forte que lhe causa calafrios.
Era alto o ressoar do seu gongo anunciando 06h da manhã.
Ainda deitado, com um pouco de medo e muita ansiedade esperou ser chamado.
Com os olhos abertos o tempo parecia ter parado, ou quem sabe estivesse extremamente lento e entre um badalar e outro, do Grande Relógio, se ouviu soar oito vezes o gongo marcando 08h da manhã.
Ainda era cedo demais.
Mesmo sendo cedo, se levantou, foi até a cozinha à procura de algo para comer.
Esticou a mão e sem conseguir alcançar levantou o pé para pegar um pacote de bolacha que estava pelo meio de cima da mesa.
Frouxou a ponta do pacote que estava torcida, pegou uma bolacha e comeu ali mesmo em pé, pegou mais duas, torceu a ponta do pacote novamente e foi até a sala para comer e ver televisão, pois ainda era muito cedo.
Ainda sonolento, o pouco de atenção que ainda restava foi arrebatada pela programação daquele canal, mais logo adormeceu mergulhado nas muitas almofadas do sofá.
De repente é acordado com forte barulho do Grande Relógio e ao contar os badalos somavam 14h.
Não mais tinha medo daqueles gongos, naquele momento ele nem parecia tão alto mais, não lhe causava mais calafrios.
O sol já entrava pelas janelas de vidro e penetrava o fino tecido das cortinas e seus raios terminavam bem em cima dele.
Com muito calor se levanta e para aliviar aquela sensação térmica vai até o armário, passando pelo Grande Relógio, que já nem era tão Grande mais, e sem se importar com ele pega um copo enche de água, vai até a geladeira tipo duplex e abre o frízer para lançar mão de alguns cubos de gelo.
Apesar do Grande Relógio marcar 14h, não tinha nada importante para fazer, preferiu se preocupar mais tarde, quem sabe à noite.
O dia estava apenas começando para ele.
Pegou sua bicicleta foi até a “prainha”, uma curva do riacho que mantinha uma margem de areia, à 3km de sua casa e ali gastou todo o resto da tarde.
Mesmo longe e sem ouvir os gongos do Grande Relógio, as horas continuavam a passar, mas não estava lenta como antes, o dia foi acabando rapidamente.
Saiu do riacho pegou a bicicleta e correndo voltou para casa.
Ofegante toma um banho e sai para uma festa de um amigo e não percebe que o Grande Relógio não parou e que já não era mais cedo, estava ficando tarde.
Fim de festa, começou a ficar cansado como até então não tinha sentido.
Suas pernas começaram a perder a firmeza, seus olhos se tornaram sensíveis à luz e a fala tornou baixinha.
Saiu da festa, pegou o carro e completamente sem forças e exausto voltou para a casa.
Antes de abrir a porta ouviu soar forte e aterrorizantemente, como nunca ouvira antes o Grande Relógio soar 00h.
Entrou portas a dentro se apoiando na parede pois o dia lhe pesava nas costas como o peso de 100 anos.
Caiu de joelhos frente aquele Grande Relógio e viu que o tempo passou e era tarde demais para fazer o que era importante, ainda que soubesse o que tinha que fazer e com fazê lo.
Agora não dava mais tempo o tempo passou, a vida acabou e descobriu no fim da vida que nunca foi cedo e sim tarde demais.