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Rev. Miquéias de Castro

ONDE ESTÁ DEUS
“E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando o, se retiraram, deixando o meio morto.
E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo o, passou de largo.
E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo o, passou de largo.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo o, moveu se de íntima compaixão; E, aproximando se, atou lhe as feridas, deitando lhes azeite e vinho; e, pondo o sobre a sua cavalgadura, levou o para uma estalagem, e cuidou dele;”
Esta é uma das perguntas que mais tem sido feita.
Diante de tanta desgraça, diante de tanta violência, tanto roubo, tanta injustiça passamos a perguntar: Onde está Deus
Hoje você não pode ter uma “ranchinho” para passar o final de semana com a família, pois durante a semana entrará pessoas más intencionadas e furtará de você toda a alegria.
Hoje você não tem a segurança de ter um filho ou uma filha descendo do ônibus de volta da faculdade, pois o medo de ter alguém forjando mal na próxima esquina não o deixa dormir em paz até que a porta de casa se abra.
E se um certo dia a porta de casa não se abrir na hora certa, e o telefone tocar sua alma bradará: Onde está Deus
Se você olhar a sua volta verá que poucos tem muito e muitos tem pouco trazendo um desequilíbrio social e econômico fazendo poucos rirem e muitos chorarem e novamente uma voz grita lá do fundo do nosso coração: Onde está Deus
Mas acredito que a pergunta carregada de decepção, crítica, insatisfação e um tom de obrigatoriedade precisaria ser outra: Onde estou eu Onde está você
Somos sabidos de que Deus faz o que não podemos fazer, estamos cientes de que a mão de Deus alcança para nós o que não podemos alcançar, faz parte do conhecimento comum que o que é para nós fazermos Deus não fará por nós, então a pergunta “Onde está Deus ” diante de tamanha desgraça, maldade, injustiça e desigualdade é fácil de ser respondida: Esperando eu e você fazermos alguma coisa, darmos o primeiro passo, agir conforme nossa capacidade e não cruzarmos os braços e esperar que tudo caia do céu.
Quer ter filhos abençoados então nunca ache que já pode parar de ensinar a ética, a moral e a fé, tenha ele os anos que tiver; quer ter um casamento maravilhoso que supere toda e qualquer adversidade então passe a amar incondicionalmente seu cônjuge, dando a ele a oportunidade de concertar os erros por piores que forem; quer ter uma sociedade justa comece dentro de casa, no trabalho, na escola agindo de justiça para com o teu próximo, que, segundo Jesus, nosso Mestre e Senhor, nos ensinou que nosso próximo não é apenas que amamos, mas sim quem Deus, por sua onisciência, fez cruzar o nosso caminho dando nos a oportunidade de nos tornarmos “bons samaritanos”.
Foi isso que Jesus quis ensinar na Parábola conhecida como “O Bom Samaritano”, que particularmente gosto de intitulá la de “O Verdadeiro Cristão”.
O verdadeiro cristianismo vivido por Jesus e requerido pelo mesmo que vivamos é o de entender as coisas simples e mais básicas da felicidade tanto minha como de todos: a compaixão e a disponibilidade de fazer o bem.

É CEDO OU TARDE DEMAIS
"Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu." Eclesiastes 3.1
Acordou naquela manhã e olhou no relógio.
Os ponteiros começavam a marcar as primeiras horas do dia.
Ainda com aquela preguiça matinal, puxou o cobertor sobre si e ficou ali encolhido sem saber o que haveria de fazer.
Mas ainda era cedo demais, não sabia muito bem o que fazer e nem como fazer alguma coisa.
De repente o Grande Relógio da copa, daqueles antigos de pêndulo, badala num alarido forte que lhe causa calafrios.
Era alto o ressoar do seu gongo anunciando 06h da manhã.
Ainda deitado, com um pouco de medo e muita ansiedade esperou ser chamado.
Com os olhos abertos o tempo parecia ter parado, ou quem sabe estivesse extremamente lento e entre um badalar e outro, do Grande Relógio, se ouviu soar oito vezes o gongo marcando 08h da manhã.
Ainda era cedo demais.
Mesmo sendo cedo, se levantou, foi até a cozinha à procura de algo para comer.
Esticou a mão e sem conseguir alcançar levantou o pé para pegar um pacote de bolacha que estava pelo meio de cima da mesa.
Frouxou a ponta do pacote que estava torcida, pegou uma bolacha e comeu ali mesmo em pé, pegou mais duas, torceu a ponta do pacote novamente e foi até a sala para comer e ver televisão, pois ainda era muito cedo.
Ainda sonolento, o pouco de atenção que ainda restava foi arrebatada pela programação daquele canal, mais logo adormeceu mergulhado nas muitas almofadas do sofá.
De repente é acordado com forte barulho do Grande Relógio e ao contar os badalos somavam 14h.
Não mais tinha medo daqueles gongos, naquele momento ele nem parecia tão alto mais, não lhe causava mais calafrios.
O sol já entrava pelas janelas de vidro e penetrava o fino tecido das cortinas e seus raios terminavam bem em cima dele.
Com muito calor se levanta e para aliviar aquela sensação térmica vai até o armário, passando pelo Grande Relógio, que já nem era tão Grande mais, e sem se importar com ele pega um copo enche de água, vai até a geladeira tipo duplex e abre o frízer para lançar mão de alguns cubos de gelo.
Apesar do Grande Relógio marcar 14h, não tinha nada importante para fazer, preferiu se preocupar mais tarde, quem sabe à noite.
O dia estava apenas começando para ele.
Pegou sua bicicleta foi até a “prainha”, uma curva do riacho que mantinha uma margem de areia, à 3km de sua casa e ali gastou todo o resto da tarde.
Mesmo longe e sem ouvir os gongos do Grande Relógio, as horas continuavam a passar, mas não estava lenta como antes, o dia foi acabando rapidamente.
Saiu do riacho pegou a bicicleta e correndo voltou para casa.
Ofegante toma um banho e sai para uma festa de um amigo e não percebe que o Grande Relógio não parou e que já não era mais cedo, estava ficando tarde.
Fim de festa, começou a ficar cansado como até então não tinha sentido.
Suas pernas começaram a perder a firmeza, seus olhos se tornaram sensíveis à luz e a fala tornou baixinha.
Saiu da festa, pegou o carro e completamente sem forças e exausto voltou para a casa.
Antes de abrir a porta ouviu soar forte e aterrorizantemente, como nunca ouvira antes o Grande Relógio soar 00h.
Entrou portas a dentro se apoiando na parede pois o dia lhe pesava nas costas como o peso de 100 anos.
Caiu de joelhos frente aquele Grande Relógio e viu que o tempo passou e era tarde demais para fazer o que era importante, ainda que soubesse o que tinha que fazer e com fazê lo.
Agora não dava mais tempo o tempo passou, a vida acabou e descobriu no fim da vida que nunca foi cedo e sim tarde demais.