Sou alguém que de tão simples, é extremamente complexa.
Não tenho medo da vida.
Não tenho medo de perder.
Não tenho medo de ganhar.
Não tenho medo de sofrer.
Não tenho medo de mudar.
Não tenho medo de dar a cara à tapa, porque não nasci para ser unânime.
Não tenho medo de contrariar, porque abrir mão do que eu quero pode me trazer conseqüências maiores.
Não tenho medo de escandalizar, porque escândalos nos tornam inesquecíveis.
Não tenho medo de violar algumas regras, porque regras são para serem quebradas.
Não tenho medo de ser a menina má ou a boazinha, porque sou anjo e demônio ao mesmo tempo.
Não tenho medo de ser a mulher fatal ou a recatada, porque ser mulher é o que me interessa, e ser uma delas ou muitas delas, vai depender do meu perfume, da minha roupa, da minha intenção, do meu dia, da minha noite, do meu humor, da minha vontade.
Não tenho medo de ser a rocha intransponível ou a insegurança latente, porque tenho consciência das minhas fraquezas.
Não tenho medo de ser a namorada perfeita ou a insuportável, porque tenho consciência que sou a melhor delas, mas posso ser a pior delas também.
Basta saber cuidar.
Não tenho medo de ser a filha generosa ou a ingrata.
Às vezes, realmente não sei agradecer o que Deus me deu.
Não tenho medo de ser a amiga presente ou a ausente, porque a amizade verdadeira é vitalícia, independentemente do tempo, das circunstâncias e da distância.
E se estava condicionada a isso, não era amizade.
Não tenho medo de ser a inconseqüente que abandona o País quando se sente sufocada, quando quer recomeçar do nada ou unicamente por mera curiosidade.
Não tenho medo de mudar meus planos na última hora por algum motivo que considero mais importante naquele momento.
Não tenho medo de amar, ser amada, ferir quando sou ferida, não ferir quando sou ferida, ferir quando não sou ferida, ir até o fim porque acredita ainda não ser o fim ou ir até o fim porque tudo somente se acaba apenas no fim.
Mas, sobretudo, eu acredito.
Eu acredito no amor, porque o amor desintoxica a alma.
Acredito na família, porque minha família é meu alicerce na vida.
Acredito em meus amigos, porque tenho certeza que os tenho de verdade.
Acredito na felicidade, porque é a felicidade, minha e dos que me cercam, não necessariamente nessa ordem, que me faz sorrir, mesmo diante da infelicidade.
E, justamente porque acredito no que realmente me importa e me é essencial, não preciso ter medo de ser eu.