Sobre o Amor
Eu não sou de ferro.
Sinto, e muito.
Mas não me desespero É inútil tentar alcançar um sentimento confuso, que traz um talvez ao meu mundo.
Me recuso a cair nas idas e vindas, por um coração que não me nota.
Tenho preguiça de carregar pesos por quem não merece um grama do meu amor.
Amarei quem me amar.
Chega de dor, há uma vida para explorar.
Entre o passado desgastado e o desconhecido, prefiro me aventurar.
Pode ser monótono ou frustrante essa expectativa de plantar, esperar, irrigar e cuidar Dispenso essas litanias.
Para mim, o amor é uma flor silvestre que do nada cresce, e quando menos se espera, lá está exuberante em seu próprio habitat.
Me recuso a moldurar uma falsa felicidade com um coração doente no peito.
Não darei o meu sorriso a quem não o preservou ou sequer o despertou.
Se eu precisar, choro.
Sei que, inevitavelmente, lágrimas cairão; mas meu rosto não é foz.
Darei voz de silêncio e elas cessarão.
De tanto me decepcionar e me curar, aprendi a canalizar o percurso da dor irrigando a minha fé, acreditando que no fim, tudo dará certo.
Sei que sempre vou superar, então pra quê não pular para a etapa onde a dor já cessou Acredite, tem dado certo! Insistir no que não é recíproco é desistir de si mesmo.
Mas eu acredito no amor.
Sei que a qualquer dia, não será um dia qualquer, nascerá uma flor.