13 Segundos
Ela estava simplesmente linda (simples, mas linda): usava um jeans comum, uma blusa branca comum e sapatos absurdamente comuns.
Ao subir a escadaria o balançar de seus quadris dava lhe um ar sereno e charmoso.
Parecia me segura de si.
Pedi que fosse mais cedo que o normal.
Mesmo assim, quando chegou, o sol já ia vagarosamente revolvendo seus raios.
Abraçou me.
Havia pouco mais de um mês que não nos víamos Mas o importante aqui é o fato de que nunca havia me abraçado.
“oi.
Vamos andando ” disse ela; “vamos” respondi.
Fez se silêncio.
Até que chegamos finalmente ao local onde costumávamos nos sentar.
Bem, a única coisa que eu quero que saiba, é que foi tudo muito rápido pra mim, entende
Rá pi do.
Rápido.
Você quis dizer que foi muito ‘fácil’ pra você.
Sempre achei que você fosse uma garota compreensiva.
Mas está se mostrando infantil.
Infantil Acaso não se parece muito com uma criança quem faz ‘joguinhos’ mostrando se estar apaixonado, mas, que em pouco tempo esquece a tal paixão para ser ‘solidário’ para com a PRÓXIMA, a fim de ajudá la a esquecer outro alguém; e assim deixar de sofrer
Eu não queria falar Mas nunca tivemos nada.
Sempre fomos amigos! Você que entendeu errado.
Logo você que entende tudo.
Ela me olhou profundamente nos olhos parecendo suplicar em silêncio, que eu me retratasse diante daquelas vinte e cruéis palavras.
E, falou com muita calma e certeza
Não pense que estou com raiva de vocês dois.
Eu não culpo a ela por tentar esquecer outro alguém Mas, com quem eu vou te esquecer
Não pude fazer nada enquanto aqueles mesmos quadris “alegres” que subiram a escadaria iam com pouco esplendor se distanciando, até o ponto em que não mais pude avistá los.
A 50 metros, eu não podia mais sentir a dor que ela sentia em dizer “adeus” àquilo tudo.
Pois, bem perto, uma dor mais viva me incomodava.
“A maior covardia de um homem é despertar em uma mulher, um sentimento sem ter a intenção de amá la”, ditou me um amigo, certa vez.
Em apenas 13 segundos tive certeza disso.
Gênero: Conto.