É engano pensar que só existe saudade do que aconteceu.
Existe saudade daquilo que quase ocorreu.
Do que a gente sonhou e não realizou.
Do que ficou pelo caminho por falta de insistência.
Essa saudade é dolorida e tem gosto indefinido.
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais.
A saudade
é prego parafuso
quanto mais aperta
tanto mais difícil arrancar
a saudade
é um filme sem cor
que meu coração quer ver colorido.
Faz a tua ausência para que alguém sinta a sua falta.
Mas não prolongue demais para que esse alguém não sinta que pode viver sem você.
Saudade quero ver pra crer
Saudade de te procurar
Na vida tudo pode acontecer
Partir e nunca mais voltar.
Você vai e eu fico nessa dependência irritante de quem espera, de quem não sabe se faz alguma coisa porque a consequência pode atropelar o que tá por vir, mesmo que você nunca mais venha.
E eu vivo preso num milésimo de segundo de saudade, elaborado pra avançar aos poucos.
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, dóem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é saudade.
Saudade é emoção indivisível, razão incontestável para relembrar o gosto inesquecível daquela pessoa que mudou nossos passos, gestos e hoje, infelizmente nos considera gasto, empoeirado.