Recados de Amor Facebook

Não é uma história sobre perfeição, mas, mesmo assim, se eles prestassem atenção ao mundo exterior ao menos um pouco, o mundo que está fora daquele quarto, se se dessem ao trabalho de interromper aquela mútua contemplação de sentidos, poderiam escutar tambores rufando ao fundo.
Porque é uma história imperfeita, mas ainda assim é uma história de amor.

Eu estava sentada no sofá aonde você costumava ficar, onde tirava a camisa e pedia pra que eu pegasse o cobertor e ali me deitasse com você.
Agora só restou eu aqui deitada com a nossa coberta, sentindo seu cheiro no meu travesseiro e assistindo o seriado que você adora.
De todos aqueles momentos, promessas, de todas as melhores noites com você, só me restou saudade, sofrimento e lembranças.

Meu amor é amor envenenado, que corre pelo corpo, que só quer saber da felicidade de quem se ama.
É esse amor preocupado, amor com toda a certeza do mundo, mas com medo do que vem pela frente.

Tenho um coração tímido, que é assim mesmo.
Se abre para poucos, pois tem medo.
É medroso, pois contém dentro dele um mundo inteiro.
E sabe que tem que proteger esse mundo.
Coração que é frágil por dentro, mas tem coragem para defender se como pode.

Meu amor é descontrolado.
Não conheço o amor da Bíblia, o amor de Artur da Távola, esse amor calmo e descontraído, que sabe que é amor e só com isso fica tranquilo.
Meu amor não é desapegado, meu amor é amor de Camões, de não saber o que se sente, de querer e não querer.
Meu amor é necessidade, é saudade, é dor e dedicação.
Meu amor é amor de Shakespeare, é amor que mata, que morre, que alucina, que me deixa sem entender.

Foi se o tempo em que eu implorava para que alguém ficasse.
Hoje, se quiser ir, é só avisar que eu abro a porta.
Tchau.
Vai com Deus.