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Poesia sobre te Adoro

Adoro aquele que não posso amar.
Apaixonei me sem querer, mas sigo com ele porque decidi aproveitar a beleza de momentos mágicos onde somos um só.
Já não tenho receio que não dure, ou que não haja juras de amor eterno.
Não quero falar de futuro.
Vivo apenas ao som dos ponteiros do relógio, esperando por dias diferentes, com ele ou sozinha, não importa, desde que esteja feliz.
De que adianta esperar por acções que talvez nunca aconteçam Ou por situações que nunca cheguem A culpa não chama por mim e a consciência é minha cúmplice na luta que travo com ele.
Pergunto me todos os dias porque continuo a desejar ardentemente aqueles beijos em que ele me barra o ar e me faz sentir especial.
Detesto todas as despedidas, e tenho sempre medo que seja a última oportunidade para sentir aqueles abraços no meu contorno.
Estremeço se pensar que vamos acabar por compreender a dimensão do desacerto que estamos a praticar connosco, e com terceiros.
Permaneço inquieta, à espera de um indício dos meus escrúpulos, que parecem não viver no léxico do que vivo com ele.
Todos os ensejos são especiais, únicos e incomparáveis.
Não nos absorvemos por nada ou por alguém, nem esperamos nada um do outro.
Realizamos a nossa peça normalmente, como se tudo fosse perfeito.
Talvez seja, e a única imperfeição seja criada por nós.
Agora, depois e após, sinto um temor exíguo, uma angustia que não esgota e estou a deprecar, com toda a energia, para que tudo corra bem.
Para que ele volte seguro para mim, não para sempre, mas até o sentimento resistir.
Não sou dele, mas também não pertenço a ninguém.
Sou apenas quem sempre fui, na luta de uma paixão constante e verdadeira.
Não posso pensar que o quero, que é a pessoa perfeita por quem sempre esperei.
Seguirei apenas, o caminho que me esta desenhado, talvez ele queira caminhar a meu lado

Já devo ter mencionado um milhão de vezes que adoro as sensações que acompanham os acontecimentos.
Mas o problema às vezes é quando eu não tenho lá muita coisa pra ocupar a mente e o coração e surge assim, como quem não quer nada, um ser humano vestido de azul e com um sorriso bem largo pra dizer que quer entrar na minha vida.
Eu sei que a metáfora não foi das melhores, mas isso foi só pra que você entenda que eu deixei você entrar e agora você simplesmente estacionou na porta me deixando com cara de origami lhe esperando no sofá.
Acontece que eu sou muito sentimental, extremamente exagerada e altamente dependente.
Mas não é disso que eu quero falar, e sim dessa sua repentina mania de me querer, pra que eu assim te quisesse e você, do nada, não estar querendo mais.
Isso acaba comigo.
Mas não é culpa sua, eu sei.
A culpa é do meu exacerbado equívoco a respeito de suas palavras, ações e olhares.
Você não veio com manual de instruções e eu acabo metendo os pés pelas mãos na tentativa de te decifrar, todos os dias.
É sim, não dê risada, eu tento entender até o seu silêncio e a sua demora.
Esmigalho cada gesto, cada frase, cada ''qualquer coisa'' achando que há um propósito maior quando você sorri e me pergunta como estou.
Daí que eu andei procurando as palavras certas em mim pra tentar fazê lo entender que isso não é um contrato nem nenhum tipo de desespero neurótico.
Na verdade, é até muito simples, eu só não quero dar relevância ao que não merece, nem mergulhar de cabeça numa piscina rasa, sabe
Portanto, se você quiser, você fala, certo Não demonstre, diga.
Afinal, como já deve ter ficado óbvio, não sei entender gestos.
E o mais importante: se não quiser, simplesmente se afaste.
Me deixe cá com meus botões, com meus retalhos e cacos.
Eu sempre me consertei sozinha, só preciso de tempo e muita cola.
A cola, nesse caso é a certeza.
Eu preciso ter cer te za, entendeu É isso.

" Esta é uma declaração de amor; amo a língua portuguesa.
Ela não é fácil.
Não é maleável.
E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutileza e de reagir às vezes com um pontapé contra os que temerariamente ousam transformá la numa linguagem de sentimento de alerteza.
E de amor.
A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve.
Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa do superficialismo.
Às vezes assusta com o imprevisível de uma frase.
Eu gosto de manejá la – como gostava de estar montado num cavalo e guiá lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.
Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos.
E este desejo todos os que escrevem têm.
Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar uma herança de língua já feita.
Todos nós que escrevemos, estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.
Essas dificuldades, nós as temos.
Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada.
O que recebi de herança não me chega.
Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo.
Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português.
Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida."