Mudar finalmente: ser água límpida de nascente.
Virar rio azul que deságua
no mar e chegar ao destino:
oceano sem mágoas, imensidão repleta de navios.
Ser um grande e feliz menino.
Esquecer aquele reles, inútil, sujo e triste fiozinho d'água
que invejava o caudaloso rio.
Tábula rasa
O coração é tábula rasa!
Se fosse fogo; lenha, carvão e brasa!
Se fosse D’água; rio, maré e mangue!
Mas é do senso; carne, pulso e sangue.
DESTINO.
Água pouca quase nada
e o sertão sofre calado
toda semente plantada
já não rende um trocado
nessa seca desvairada
cada porta que é fechada
mais um destino é selado.
QUERER.
O Nordeste que eu quero
é que tenha água bastante
que a plantação floresça
da forma mais abundante
e que a chave do destino
não permita um nordestino
se tornar um retirante.
colheres sepulcradas
na argila do passado
remontam ao desconhecido
embebido por milênios
de águas dirpersas no tempo
pouco se revela
do muito que se vela
à luz da incapacidade humana
PARTIDA!
A chuva quase não vem
a água tá pouca e rara
o sertão foi um harém
hoje parece um Saara
já vou embora também
sem ajuda de ninguém
não conheço dor que sara.
me chame para nadar
nesse mar chamado amor
e vamos juntos transformar
toda essa água em nosso
lago particular.