Água na boca
E os lábios sedentos
Atraídos por outros lábios
Ficaram a uma distância segura
Aumentando a vontade
Escorrendo a sede
Úmidos de desejo
No sopro quente trocado
Hálito que embriaga
Que descontrola
E conduz ao toque
E desenfreado mata
Mata a sede
Beira de rio.
Onde a paz na água se espelha
Pés mergulhados no raso da margem
Enquanto os peixes comem a isca
Um pintado assa na telha.
To nem ai se o sol não abrir;
Nem ligo se água estiver fria;
Nem vou me preocupar se minhas roupas estiverem molhadas;
O que eu quero mesmo é viver o momento comigo mesma!
Água turva
Já me indispus dos queixumes
Sem alento nos seus grelos
Que possam emanar um novo amor
Entre duas pessoas vulgares
Por debaixo de lençóis
Não perceptíveis pelos meus choros
Enroupados como uma encomenda
Queria ser um pingo de água para te acariciar
Queria ser o sol para todas as manhãs te acordar
Queria ser teu coração para ter certeza que estaria dentro de você!
Queria ser a noite para te ver adormecer
Queria que você fosse a lua para me iluminar com seu olhar