FIBRA!
No sertão a terra racha
o grau aqui passa de cem
e a seca ainda despacha
os nordestinos de bem
passa fome se esculacha
mas não tira uma bolacha
do balaio de ninguém.
e sempre fora como a imensidão do mar,
porém, os dias castigam tanto,
que daqui a pouco virá Ser(tão), seco e árido.
Nordeste Chama.
Sei que você tem fama
de ter um chão sofredor
do sol que arde em chama
apagando o verde da cor
mas teu povo não reclama
meu nordeste quem te ama
reconhece o teu valor.
O Nordeste é castigado
pela seca está ferido
com o chão todo rachado
o nosso povo tem sofrido
é por muitos desprezado
mas por nós é protegido.
Mais um ano!
Tem seca por todo canto
o nordeste pede pressa
não se ouve nosso pranto
ou ninguém se interessa
quem pregou aqui de santo
a sua ajuda por enquanto
ficou mesmo na promessa.
Meu nordeste.
Não há nada que se faça
eu não fujo dessa guerra
nem a seca que amordaça
o cabrito que não berra
até a última carcaça
não vai ter uma desgraça
que me tire dessa terra.
Hora nordestina!
Nordeste se eu te deixar
a culpa são dessas crises
que a seca me faz passar
roubando os dias felizes
que seja em qualquer lugar
mas se eu não poder voltar
honrarei minhas raízes.
Cadê a chuva!
No nordeste sou nascido
e como isso me faz bem
na seca tenho sofrido
sem me queixar a ninguém
mas de Deus eu não duvido
se ainda não tem chuvido
sei que um dia a chuva vem!
SINA!
Sou do Nordeste, menino
sigo essa estrada comprida
da fome, seca e destino
a minha alma é ferida
mas esse corpo franzino
deixar de ser nordestino
mas nem por nada na vida!
VORAZ.
O nordeste ainda chora
pela seca que consome
fere mais que a espora
da palma que ele come
entre a dor e a devora
a esperança é a escora
que alimenta a sua fome.