Feliz sou porque amo e sou amado
Sem ter que alterar nem ser alterado.
Sou o que sou, e quem me apontar
Os excessos medirá os que são seus;
A prumo talvez eu esteja, e eles vergados;
Os seus pensamentos não denunciam os meus atos.
Há quem duvide, mas amo todo mundo! Alguns eu amo ter por perto, outros eu amo evitar, outros eu amo bem longe de mim E tem aqueles que eu amaria nem ter conhecido.
"Te cuida", dissera ele.
E eu ouvi como se fosse um "te amo".
Quem vive comigo sabe.
Quem convive comigo sente.
Eu amo poucos.
Mas esses poucos, pode apostar, amo muito.
Te amo como as begônias tarântulas amam seus congêneres, como as serpentes se amam enroscadas lentas algumas muito verdes outras escuras, a cruz na testa lerdas prenhes, dessa agudez que me rodeia, te amo ainda que isso te fulmine ou que um soco na minha cara me faça menos osso e mais verdade.
Eu amo te como um homem ama uma mulher que ele nunca toca, só escreve, e guarda dela poucas fotografias.