Não sou pretensiosa.
Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando.
Sou o abismo perdido entre o não ser e a escuridão.
Sou o desejo e alma, correndo nua na meia noite esquecida, procurando aquilo que não é, mas pode vir a ser; o verdadeiro anseio, a paixão.
Serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas.
O que eu disser soará fatal e inteiro.
Desculpem eu ser eu.
Quero ficar só! grita a alma do tímido que só se liberta na solidão.
Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas.
E porque minha alma é tão ilimitada que já não é eu, e porque ela está tão além de mim é que sempre sou remota a mim mesma, sou me inalcançavel como me é inalcançavel um astro.
Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida.
Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo.
Quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.
"Se eu me confiar e me considerar verdadeira, estarei perdida porque não saberei onde engasgar meu novo modo de ser se eu for adiante nas minhas visões fragmentárias, o mundo inteiro terá que se transformar paraeu caber nele."