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Pisar nos Outros

Destruí sua vida familiar
Quem quer pisar em ovos pelo resto da vida Quem quer ter vida de solteiro estando recentemente casado Quem culpa os outros pela própria angústia
Caminhar a dois não é tarefa das mais fáceis, é um exercício diário em companhia, nada parecia muito gentil, parece que eu não estava com aquela força toda para amar, estava cheia sendo guiada pela ansiedade, a irritabilidade, a impulsividade.
Eu era ágil para brigar, tínhamos um tratamento difícil a minha forma de me relacionar era diferente da dele.
No início éramos companheiros inseparáveis, depois observamos o nosso lado incompatível, nossos segredinhos viraram chantagens, não havia consciência na construção de uma família.
Aquela pessoa verdadeiramente atenciosa não existia mais.
Não conseguia deixar de me preocupar por conta das brigas de que eu não passava a figura de mulher séria, dedicada ao lar, que ele não tinha confiança em mim, que eu soava arrogante, pavio curto e instável.
Sempre sonhei em felicidade sem esforço, boa demais para ser verdade sem as instabilidades e inseguranças, talvez porque quando eu amo eu fico mais segura que uma rocha e não precise de controle para ser fiel.
Não me preocupo em controlar ninguém e odeio ser controlada, minhas credenciais são fidelidade e lealdade, porém sou dispersa curto os amigos, boas gargalhadas, se você não quiser me acompanhar em eventos pode ficar, noto as diferenças mas consigo compreendê las.
A atmosfera entre nós mudou para pior, o tom era hostil e impaciente, típico de apatia ao primeiro olhar, com o tempo ficou tudo muito recíproco, era difícil ser boazinha com quem te despreza.
Sentia uma saudade imensa que apertava o peito do tempo que nos conhecemos, do tempo em que você me achava metida e certinha e fazia tudo para me conquistar e me fazer feliz.
Sempre sonhei viver uma vida repleta e gratificante, mesmo sem você, o ideal seria que fosse com você, mas já que isso não era possível, já que com você eu vivia com a cabeça atormentada, eu não tinha paz
Nessa ocasião percebi que sou mais forte do que pareço, que nem todo amor é importante, que senso de humor deve fazer parte da vida familiar, que nem todos os casamentos dão certo, que eu não poderia te colocar como a pessoa mais importante da minha vida sendo tão infeliz.
As minhas atitudes mudaram, sei disso, adorava meu trabalho, minha voz alegre era minha marca registrada, era evidente que eu me sentia bem comigo mesma em todas as áreas da vida, menos em uma.
Infelizmente o divórcio se tornou um câncer social, eu mesma já aconselhei várias pessoas a ficarem juntas, a procurar um terapeuta, a aprender a lidar com os sentimentos, sendo franca e torcendo pelas relações, mas quando você se ver completamente infeliz o discurso do felizes para sempre muda de figura.
Eu fui um pouco além da conta no meu limite de tolerância, cada palavra era uma possibilidade de união, depois entendi, por mais que gostássemos um do outro, eu ia para a direita e ele para a esquerda, o que mais pesou foi ter a ideia de que ele era uma pessoa desprovida de compaixão.
Um beijo longo e intenso e uma despedida, destruí seus sonhos de uma família, voltei atrás no meu sim, transformei meu sim em não, mas eu precisava continuar com sentimentos lindos ao seu respeito para sempre, eu precisava me livrar dos ressentimentos e tornar minha vida mais pura e mais alegre.