não possa tanta distância
deixar entre nós
este sol
que se põe entre uma onda
e outra onda
no oceano dos lençóis
dia
dai me
a sabedoria de Caetano
nunca ler jornais
a loucura de Glauber
tem sempre uma cabeça cortada a mais
a fúria de Décio
nunca fazer versinhos normais
Apagar me
Apagar me
diluir me
desmanchar me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme.
Quem nunca viu
que a flor, a faca e a fera
tanto fez como tanto faz,
e a forte flor que a faca faz
na fraca carne,
um pouco menos, um pouco mais,
quem nunca viu
a ternura que vai
no fio da lâmina samurai,
esse, nunca vai ser capaz.
O destino quis que a gente se achasse, na mesma estrofe e na mesma classe, no mesmo verso e na mesma frase.