PALHAÇOS DE MALDADES
Vejo sequazes fantasiados de maldades,
com as suas gargalhadas querem varrer
os ideais do circo, da arte e da liberdade.
Mas os mágicos audazes, filhos do bem,
irão lhes expor toda a força que provem
do picadeiro de luz e na cartola do lazer
farão sumir suas pilhérias de atrocidade.
Tais loquazes das fatalidades irão saber
que existe lei perante a torpe iniquidade;
suas folias nos palcos são de ignorância,
entenderão que o circo não pode morrer
diante do mal em cartazes de insolência.
Por enquanto, travestem se de máscaras;
horrentes carrancas vedam lhes as faces;
os bicos hiantes, olhos de inveja e garras
curvas os fazem contumazes aves rapinas;
extorquem as plateias e buscam propinas
com tenazes ferinas; são abutres rapaces,
gaviões dos camarins viciados em farras.
Mas chegará o dia desses infiéis, voraces
palhaços, exibirem as carrancas bizarras;
tropeçarão nos tablados e ficarão vaiados,
não farão mais chalaças e nem algazarras,
bozos cruéis rolarão na lama chafurdados.
(Do seu livro: Sua Majestade, o Circo Lírico)