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Olhando para o Céu

Era noite naquela sala e isso era certo, não pela varando olhando o céu, mas pela lareira acesa e os pés juntinhos.
Cobertos com o mesmo lençol dos primeiros dias relembravam naquele instante os primeiros beijos, as primeiras risadas juntos.
Os dentes ficaram pra trás, assim como o tempo ruim.
Agora era festa, pois as bodas de vidro era comemorada com profundidade e amizade.
A cor do cabelo combinava com a pele dela e ele achava isso lindo.
O fogo era o clarão dos seus olhos ao encontrar por mais uma noite o dele.
Não precisava da lareira.
O vinho sobre a mesa e as taças nas suas mãos.
Esperando o momento pra dizer adeus, mereciam por seu bonito amor mais tempo na vida.
Por ser sua ele a tinha como um vidro verdadeiramente.
Cuidava e quando cortava se em seus pedaços de orgulho restaurava a pele do corte e o coração dela do ego indecente.
A cada toque, lento, e repleto de imensidão amorosa, ela acreditava que amanhã não estivesse mais perto do fim.
A história dos dois não merecia o castigo do tempo.
Superaram tantos bocados e tantos males de outrora que a pena existia nos seus olhares sábios.
Então deixou a sua senhora no sofá e caminhou ao quarto.
Apoiado em sua bengala retornou e trouxe consigo um laço.
Era 30 de janeiro de anos atrás
Ela enquanto o amava e se entregava em seu aniversário deixou cair do cabelo aquele laço vermelho.
Sorrindo e cansada no momento não se levantou, mas abriu os braços e aquilo já era perfeito pra ele.
Voltou ao sofá.
Juntou os pés.
Bebeu o vinho.
Abraçou seu maior amor.
Pra sempre no último instante.
Depois de certo tempo não se ouvirá falar dos dois.
Agora falam do amor que eles deixaram.