Quanto mais mergulho em mim, mais sentimentos encontro.
Encontro também uma infinidade do meu eu que não conhecia, mas que vem à tona quando menos espero, fazendo assim com que eu entenda que ainda tenho muito a aprender sobre quem sou.
Sentir eu sinto, amo, adoro, choro, me doou.
Sou cem por cento, mil por cento paz, mas devo isso ao oceano que criei dentro do meu peito, onde navego todas as noites antes de dormir para calibrar a minha tranquilidade, ponderar os meus sentimentos e checar se a minha essência continua intacta.
A vida me proporcionou a possibilidade de me conhecer, de ir além do que os outros veem e, assim, dominar um pouco dos meus sentimentos.
Precisei de doutrinas, de consciência e de muita paciência para entender que, em cada ação exercida, havia algo de mim que eu não podia ver.
Eu sobrevivi a mim, às minhas angústias e feliz agora sou.
Saí da vanguarda e consegui entender aos poucos os meus sentimentos que, de tão turbulentos, já me fizeram enlouquecer, mas passou.
Agora, sou só amor e uma pitada de poesia.
Logo eu, que sempre fui perdida, precisei me achar para salvar a minha própria pele.
Percebi que a falta de compreensão dos meus sentimentos estava me matando aos poucos, a ponto de me tirar os pés do chão e levar a minha cabeça para a Lua, onde ninguém conseguia se comunicar comigo.
Caminhei pelo vale das cinzas, me perdi, me reencontrei.
Fui do céu ao inferno até compreender que todos os sentimentos do mundo estavam em mim, e era aqui que eu precisaria resolver tudo.
A bela adormecia acordou para a vida e não aceita mais viver em vão.
Depois de tanto chorar pelas pessoas erradas, eu finalmente aprendi.
Agora posso dizer que sou feliz de verdade.
Cuidado com o que sente, pois isso pode destruir você.
Eu já senti ódio e fui corroído por dentro.
Sorte que tive tempo de ser salvo por quem no mundo mais devia me amar: eu mesmo.