Eu poderia explicar o amor ou tentar, mas aprendi que não se pode descrevê lo em palavras.
Só sei que o amor não é sinônimo de dor, medo e tortura, ele é puro e íntegro, te faz sentir como se estivesse submerso no mar e pudesse respirar.
Ah, agora sei, sei que a frase eu te amo se tornou algo comum, como um bom dia.
Você não sabe quem diz te amar de verdade ou só falou da boca para fora, e de amores da boca para fora o mundo está lotado.
Quero distância de coisas sem profundezas de sentimentos mascaradas de amor.
Se não for para me importar para dentro de você, me levar a sério, me chamar baixinho na manhã de um domingo, acariciar meu rosto enquanto olha meus olhos, não confunda o sentimento mais lindo do mundo com um outro tipo de fogo qualquer.
A pessoa quando te ama abre seus olhos para um universo inteiro rosa.
A pessoa que te ama vai saber decifrar seus sorrisos e ler seu olhar, porque falar do amor é fácil, difícil mesmo é amar.
A mão que me segurou foi a mesma que me apunhalou as costas, me tapou a boca e me fez sentir a pessoa mais indesejável do mundo.
Através do teu olhar eu via somente a minha pior versão, mas o amor verdadeiro me mostrou que o único indigno do meu sentimento era você.
Logo eu, leitor de livros de romance, telespectador de novelas românticas, me vi dentro de algo abusivo, egoísta, confuso, sem empatia alguma.
Eu acreditava que cada um tinha um jeito de amar e de se doar, acreditava que podia chamar de amor algo que, na verdade, só me machucava.
Olhando a janela e observando a chuva, me peguei pensando no que éramos.
Lembrei das discussões sem motivo, do ciúme doentio.
Lembrei do sentimento de sufoco, dos apertos nos braços, das reconciliações que não duravam muito, e nós ainda ousávamos chamar aquilo de amor.