Todo mundo então era pérfido, mentiroso e falso E lágrimas lhe vieram aos olhos, pois choramos sempre a morte das nossas ilusões com a mesma mágoa com que choramos os nossos mortos.
Quando se não chora, parece que as lágrimas nos caem todas cá dentro e queimam; e o padecimento é então de morte.
As meditações sobre a morte (género Pascal) são feitas por homens que não têm que lutar pela vida, de ganhar o seu pão, de sustentar filhos.
A eternidade ocupa aqueles que têm tempo a perder.
É uma forma do lazer.
O homem, carnívoro, também é coveiro.
A nossa existência é feita de morte.
Tal é a lei terrífica.
Somos sepulcro.
Meditar sobre a morte é meditar sobre a liberdade; quem aprendeu a morrer, desaprendeu de servir; nenhum mal atingirá quem na existência compreendeu que a privação da vida não é um mal; saber morrer nos exime de toda sujeição e coação.
A liberdade de expressão é irmã siamesa da liberdade publicitária.
A censura sobre uma é a morte da outra.
Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém.
Provavelmente a minha própria vida.
Viver é uma espécie de loucura que a morte faz.