Por muito educados e esclarecidos que nos julguemos, o nosso metabolismo ainda vive nas cavernas.
É um grunho; um troglodita; um bicho.
Está desatualizadíssimo.
Tem terror de morrer à fome.
Daí que aproveite tudo o que papamos.
Jogador de futebol, tem que ir na bola com a mesma disposição com que vai num prato de comida.
Com fome, para estraçalhar.
Na raiz de quase todas as misérias materiais e, sobretudo, morais, está uma falta de amor, uma fome de afeição que não foi satisfeita.
É muito estranho ter gente passando fome e morrendo de Aids, e ter gente no espaço procurando um lugar para irmos quando tudo na Terra falhar.
Não parece que somos todos da mesma espécie.
Fico deprimido.
Com o neoliberalismo, a cabeça das pessoas está voltada para a globalização; mas pode ser preferível um país menos rico, sem fome e com menor concentração de renda.