Acredite, estou com muito medo.
Medo de perder manias conjuntas, hábitos diários.
Acima de tudo, medo de que desapareça a simplicidade da nossa amizade.
Sim, simplicidade, intimidade, códigos e falta de palavras.
Quando estivermos preocupados com a falta de assunto, terá acabado tudo.
Quando não houver espaço para dias ruins, favoráveis a chatice aguda, ou mesmo semanas assim, esqueça.
Ou começamos de novo, ou não haverá mais caminho.
Receio mesmo é me perder em você.
Quero dizer, não existir mais aí, perder o caminho da ida, da volta, perder o jogo.
Caso ocorra, infelizmente eu nunca fiz o tipo de torcedora que se contenta com empates e encontra explicações para as derrotas.
Faço o tipo que chora como bebê com fome, que não tem outra forma de se comunicar.
Choro escondida, em publico, com lágrimas e principalmente sem.
Estou com medo de que existam circunstâncias que me façam chorar pelo leite derramado, pelo aniquilamento do nosso castelo.