''De além horizonte norte e além horizonte sul, de além terra a além mar, reina, calmo e sereno, o céu.
E reparei que o céu está sempre em movimento, mas nunca some.
Que, aconteça o que acontecer, o céu está sempre conosco.
Que o céu não pode ser afetado.
Meus problemas, para o céu, não existem, nunca existiram e nunca existirão.
Que o céu não interpreta o mal.
Que o céu não julga.
Que o céu, muito simplesmente, existe.
Existe, quer desejemos aceitar esse fato ou nos enterrar nos debaixo de mil quilômetros de terra ou mais fundo ainda, sob o teto impenetrável da rotina.
Ora, desça das nuvens, bote os pés no chão! – dizem as pessoas.
Mas, em ocasiões tão diversas quanto naquela praia deserta ou numa rua super movimentada, eu fui transportada do mais negro desespero para a liberdade.
Da irritação, da raiva e do medo para a constatação:
Ora, que me importa Eu sou feliz! Só por olhar o céu
O céu não é Deus, mas para as pessoas que gostam de voar, o céu pode ser um símbolo de Deus e, pensando bem, até que um bom símbolo.
O céu está sempre lá em cima.
Não pode ser enterrado, transladado, acorrentado, arrasado.
O céu existe, apenas, queiramos nós ou não, olhemos ou não para ele, amemo lo ou odiemo lo.
Existe: quieto, grande, presente.
O céu é uma coisa misteriosa.
Está sempre se movendo, mas nunca desaparece.
Não liga, para nada que seja diferente dele.
O céu sempre existiu, sempre existirá.
O céu não entende o mal, não fica ofendido, não exige que façamos nada em especial, em nenhuma altura.
Não é um bom símbolo de Deus ''