Já não sinto sua Falta

É tão estranho quando alguém passa por mim usando o seu perfume.
Mais estranho ainda é quando vejo, de relance, alguém que me lembra você.
Sinto saudades, confesso, mas já me acostumei a não ter você aqui.
Já não sinto sua falta como antes e a vida não está tão sem graça sem você.

Hoje acordei e fiz uma limpa em casa.
Dentre as coisas antigas, me deparei com um retrato nosso.
Estávamos felizes, sorrindo e abraçados.
Lembrei me daquele dia, nós dois no parque e, confesso, parecia que seria eterno.
Hoje olho para trás e vejo que tudo valeu à pena, mas já não sinto sua falta.

Acho que era rotina e não amor o que tínhamos.
Rotina daquelas que, de tanto se acomodar, não conseguíamos nos enxergar mais.
A decisão de mudar isso foi difícil, mas corajosa e hoje sei que essa falta de saudade deve ser ausência do amor que nunca tivemos.

Toda vez que ligava a rádio a nossa música tocava.
Até parei de ouvir.
O vazio sempre me tomava e a minha saída era me conformar com a solidão.
Talvez hoje esse amor todo, de histórias loucas e momentos felizes, esteja apenas adormecido, mas o que sei é que não sinto mais a sua falta.

E aquele romance todo, esfriou Onde foram parar as belas frases, as declarações de amor Sei que faz tempo, mas me lembrei de você.
Já não sinto sua falta, mas bateu saudade daquele café no ponto que só você sabia preparar.

Estou assustada, me dei conta de que não preciso de você para nada.
Percebi que já não sinto falta daquele monte de coisas que fazíamos juntos.
Não me arrependo de ter vivido uma vida ao seu lado, mas sei que acabou para nós.
Agora, estou gastando muito tempo amando a mim.

Tudo o que vivemos está guardado no melhor lugar que posso lhe oferecer: no coração.
Os papéis, presentes, e fotos, coloquei numa caixa grande no porão.
Espero que faças o mesmo por mim, pela história que um dia tivemos, mesmo que hoje não sintamos mais falta um do outro.

Você achou que eu ficaria mal e sairia correndo pelas ruas atrás de você, mas não o fiz.
Me recuperei da sua obsessão, da doença que nos mantinha unidos, e esse desapego me fez crescer.
Hoje, já não sinto mais a sua falta.

Nossa relação vivia por um fio, foi construída em meio a um tsunami de emoções e rompeu com todas as minhas expectativas.
Acabou, e quando acaba a gente não aceita e faz do telefone o nosso maior aliado enquanto o outro só rejeita as nossas ligações.
Mas o bambolê da vida girou e hoje não sinto sua falta.

Ontem acordei com sede de mudança e percebi que em mim algo tinha mudado.
Foi a primeira vez que chorei em silêncio e a vontade de te ver, te ter, não estava ali.
Me dei conta de que não sentia mais sua falta, o que eu sentia mesmo era comodismo.

É comum não ter mais medo de algo que se temia tanto Não sei, mas aprendi que, quanto mais fugimos de um problema, maior ele fica.
Fugi do nosso término e ele só piorou.
Mas depois o medo de te perder ficou tão banal que hoje nem sequer sinto a sua falta.

Superei o mal que me fez, superei a vontade louca de beijar sua boca.
Superei as noites de crise, de insônia, de muitas ligações perdidas durante a madrugada, e agora eu já não sinto sua falta.

O amor gosta de pregar peças e nesse teatro da vida já sou espectador nato.
Já precisei dizer adeus, mas também usei algumas vezes o termo “seja bem vindo”.
Entre essas idas e vindas, te dei o meu adeus e hoje já não sinto sua falta.

Não aceito mais o seu romantismo barato.
Não quero mais me entregar de cabeça numa relação falida que só me causa mal.
E, se quer saber, nem ao menos sinto a sua falta.

Perguntei me inúmeras vezes como é que se praticava o desapego.
Até que, num dia qualquer, sem eu esperar ou perceber, já não sentia mais sua falta.