Sinto saudades da minha infância.
Época em que eu não precisava fingir sorrisos e não sabia o que era decepção, sinto saudades de quando eu chorava por causa de um machucado, e não por causa de coração quebrado.
Saudade do tempo que tudo era brincadeira e a internet não podia substituir o contato com os amigos.
Saudade do doce abrigo, que é casa dos pais, do colo da mãe, dos sonhos de voar de mãos dadas com Peter Pan e achar que poderia tocar o céu.
Saudades do tempo em que era feliz e não sabia, do tempo em que achava que ser “grande” é que era ser feliz.
Saudades de quando eu acordava e minha única vontade era brincar e assistir ao meu desenho favorito, hoje abro meus olhos, penso na vida e minha vontade é ficar na cama, porque, hoje, viver dói.
Tenho saudades de quando meus únicos medos eram de escuro ou da bronca do pai por uma nota vermelha no boletim e não de mentira, ilusão, frustração, falsidade.
Sinto saudades de quando meu mundo era leve e colorido e não pesado e repleto de cinzas, inseguranças, dores e esta falsa paz.
Saudade da minha infância e da liberdade de se poder somente sonhar.
Saudade do que não terei de volta, a sensação de viver sem medo de ser feliz!