E quando surges todos os rios se ouvem no meu corpo, sinos fazem estremecer o céu, enche se o mundo com um hino.
Quero apenas cinco coisas Primeiro é o amor sem fim.
A segunda é ver o outono.
A terceira é o grave inverno.
Em quarto lugar o verão.
A quinta coisa são teus olhos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho.
Sentir que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como ao pasto o orvalho.
Saberás que não te amo e que te amo, pois que de dois modos é a vida, a palavra é uma asa do silêncio, o fogo tem a sua metade de frio.
Foi nessa idade que a poesia me veio buscar.
Não sei de onde veio.
Do inverno, de um rio.
Não sei como nem quando.
Não, não eram vozes, não eram palavras, nem silêncio.