As pessoas eram limitadas e cuidadosas, todas iguais.
E eu teria que viver com esses putos pelo resto de minha vida, pensava.
As pessoas são interessantes no início.
Aos poucos, porém, todos os defeitos e loucuradas botam as manguinhas de fora, é inevitável.
Começo a significar cada vez menos pras pessoas, e elas pra mim.
( ) era isso que eles queriam: mentiras.
Mentiras maravilhosas.
Era disso que precisavam.
As pessoas eram idiotas, seria fácil pra mim assim.
Posso relaxar com os imprestáveis, porque sou um imprestável.
Não gosto de leis, morais, religiões, regras.
Não gosto de ser moldado pela sociedade.
É, eu sou o herói, o mito.
Sou o não mimado, o que não se vendeu.
Minhas cartas são vendidas por 250 dólares lá no leste.
E eu não consigo comprar um saco de peidos.
De alguma forma, nunca consegui me ajustar na sociedade.
Não gosto da humanidade.
Não tenho o menor desejo de me ajustar, nenhum senso de lealdade, nenhum objetivo de fato.
Era bom estar solitário num lugarzinho, sentado, fumando e bebendo.
Sempre tinha sido uma boa companhia para mim mesmo.
As relações humanas nunca funcionavam mesmo.
Só as duas primeiras semanas tinham alguns "tchans"; a partir daí, os parceiros perdiam o interesse.
Caiam as máscaras e as verdadeiras pessoas começavam a aflorar: maníacas, imbecis, dementes, vingativas, sádicas, assassinas.
Não estou minimamente interessado em perguntar como vão suas almas.
Suponho que era o que eu deveria fazer.