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Evangelho

E COMO E QUANDO PERFEITOS DELE
Na nossa finitude e natureza caída, pode parecer para nós, por vezes, que Deus está se escondendo nos momentos de crise (Sl 10.1).
Mas se nos achegarmos a ele humildemente, não estimando o pecado no nosso coração (Sl 66.18; e também 1Pe 3.7), nós podemos esperar que “Deus me tem ouvido e me tem atendido a voz da oração” (Sl 66.19).
Ainda assim, o fato de Deus ouvir não significa que ele sempre, ou até mesmo tipicamente, vai responder como e quando nós esperamos ou queremos.
Quando nós lembramos de Deus como aquele que nos responde nos momentos de crise, como ele fez com Jacó, os salmistas e os profetas, não assumimos que ele responde como responderíamos ou quando nós gostaríamos.
Jacó, uma vez, passou vinte anos debaixo da tirania de Labão, e seu filho José passou treze anos indo cada vez mais baixo.
Foi vendido como escravo, acusado falsamente, jogado na prisão e então esquecido, antes que Deus o levantasse.
Nosso Deus trabalha no seu “tempo oportuno” (1Pe 5.6), no seu “tempo” (Gl 6.9).
Ele, de fato, vai nos ouvir e responder, mas geralmente de formas e num tempo que nós não antecipamos.
Seus caminhos e pensamentos são maiores que os nossos (Is 55.8 9), e ele faz “mais do que tudo”, não menos, do que nós pedimos ou pensamos (Ef 3.20).
Em Cristo, não assumimos que Deus não está nos vendo, ouvindo ou respondendo porque nossas vidas não estão se desdobrando de acordo com nossos planos.
Longe de assumir que ele não está respondendo, queremos receber suas misericórdias severas enquanto ele continua a fazer sua surpreendente obra de desdobrar a história, e nossas vidas, não de acordo com as expectativas humanas, mas de acordo com seus planos e propósitos infinitamente majestosos, os quais nós vemos claramente no momento de crise do próprio Filho de Deus.
SUA RESPOSTA MAIOR
“E, levando consigo a Pedro, Tiago e João, começou a sentir se tomado de pavor e de angústia” (Mc 14.33).
Ali, naquele jardim de crise, Jesus tinha “oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade” (Hb 5.7).
Deus ouviu seu Filho em seu momento de crise, mas ele não deixou o cálice passar.
Ele não o livrou da morte.
O fato de Deus ouvir e responder Jesus não significava salvação de passar pela cruz, mas salvação através da cruz.
Seu Pai “salvando o da morte” poderia ter significado proteção da morte.
Porém, seus caminhos são sempre mais altos.
Ele fez muito mais abundantemente do que nós estamos propensos a pedir ou agir.
O resgate que Deus deu ao seu Filho nesse momento não foi proteção da morte, mas graça que sustenta durante a morte.
E então, ressurreição.
E ao menos que Jesus volte primeiro, todos nós enfrentaremos a morte cedo o bastante, e a resposta de Deus para nós será a graça que sustenta durante a morte, e a ressurreição do outro lado.
Nosso Deus é muito real, muito grande e muito glorioso para trabalhar de acordo com as expectativas humanas e cronogramas convenientes.
Ele nos ama demais para regularmente fazer o que nós queremos e quando nós queremos nos momentos de crise.
Porém, ele sempre nos vê.
Ele sempre nos ouve.
E em Cristo, ele irá responder, não necessariamente quando e como nós queremos, mas com a resposta que nós precisamos, mesmo que possam ser dolorosas por agora, para nosso bem e glória definitivos.