Parei um pouco de escrever para olhar pela janela e principalmente para ver se eu conseguia deter o pensamento.
Acho que consegui.
Porque quando começo assim não consigo mais parar, e não quero ouvir eles dizendo que não tem remédio, que eu não tenho cura, que você não existe.
Depois eu paro e fico olhando a porta por onde você não entra, o telefone por onde você não fala, e então penso que talvez eles tenham razão, que talvez você não venha mais, e com dificuldade consigo até pensar que talvez você não exista mesmo.
Mas não é possível, eu sei que não é possível: se estou escrevendo para você é porque você existe.