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Crônicas de Pedro Bial

O amor não morre.
Ele se cansa muitas vezes.
Ele se refugia em algum recanto da alma tentando se esconder do tédio que mata os relacionamentos.
Não é preciso confundir fadiga com desamor.
O amor ama.
Quem ama, ama sempre.
O que desaparece é a musicalidade do sentimento.
A causa O cotidiano, o fazer as mesmas coisas, o fato de não haver mais mistérios, de não haver mais como surpreender o outro.
São as mesmices: mesmos carinhos, mesmas palavras, mesmas horas o outro já sabe! Falta magia.
Falta o inesperado.
O fato de não se ter mais nada a conquistar mostra o fim do caminho.
Nada mais a fazer.
Muitas pessoas se acomodam e tentam se concentrar em outras coisas, atividades que muitas vezes não têm nada a ver com relacionamentos.
Outras procuram aventuras.
Elas querem, a todo custo, se redescobrir vivas; querem reencontrar o que julgam perdido: o prazer da paixão, o susto do coração batendo apressado diante de alguém, o sono perdido em sonhos intermináveis e desejos infindos.
Não é possível uma vida sem amor.
Ou com amor adormecido.
Se você ama alguém, desperte o amor que dorme! Vez ou outra, faça algo extraordinário.
Faça loucuras, compre flores, ofereça um jantar, ponha um novo perfume
Não permita que o amor durma enquanto você está acordado sem saber o que fazer da vida.
Reconquiste! Acredite: reconquistar é uma tarefa muito mais árdua do que conquistar, pois vai exigir um esforço muito maior.
Mas sabe de uma coisa Vale a pena! Vale muito a pena!

Quer saber de uma coisa
Tudo pode ser bom, ruim e principalmente assim assim.
Tudo ao mesmo tempo ou não, e não necessariamente nessa ordem.
Bom é chegar na praia à tardinha, anúncio de por de Sol, a água de ondas mansinhas.
Jogar bola na espuma e sob o céu encaixa como se fora Tafaréu.
É bom também quando começa a chover e as gotas fazem cócegas na superfície do mar.
Como se um cardume infinito prometesse matar a fome de todo o Vidigal, Rocinha, Cidade de Deus e Vigário Geral.
Ruim é lembrar daquele amigo que de prancha na mão morreu de um beijo roubado de um raio, da lembrança a correria.
O medo o medo medo é bom, ruim é o medo de ter medo!
Bom voltar trocar chuva por chopp e passar atrás da pelada.
A bola vai pra fora e como na crônica de Rubem Braga sobra pra você.
Que mata no peito faz embaixadinha e devolve redondo
Num chute perfeito.
Ruim é a fisgada na coxa sair mancando disfarçadamente
A vergonha de ta decadente não é ruim, ruim é o orgulho que se nega a reconhecer a decadência.
É bom a cidade estranha em que você nunca esteve e sabe que nunca mais vai voltar.
E nesse lugar você tem uma obrigação sem graça que cumpre com estilo e precisão traçando um dia perfeito no arco do tempo.
Quando cai a noite é bom tomar um banho e sob o chuveiro é bom sentir saudade, ruim é não ter saudade, e como é bom sair sem direção pelas ruas da cidade pensando no que você fez da sua vida e no que a vida fez em você.
Bom é sonhar, realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar.
O fim de um grande amor é muito, muito ruim, um grande amor não tem fim!
Bom é amar, ruim é amar
Bom é encarar a vida com fantasia.
Quando um poeta desaparece é bom colocar chapéu de Bogar que tudo pode solucionar
Ruim é encontrar o precipício, morrer não deve ser tão ruim assim
E pode ser bom falar sobre bom e ruim, e pode ser pior assim assim Bom!