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Cores

O amor está nas lojas.
Tem de todas as cores, modelos, utilidades e preços Preços ótimos! Amor a partir de “um e noventa e nove”, para quem não pode fazer declarações mais caras; amor de cem reais, duzentos, mil, até milhões Já pensou, declarar um amor de milhões de reais Talvez de dólares É o natal que está vindo À sua frente, chegam os ares que se refletem no ensaio de cada olhar, cada braço, cada voz Pessoas mudam, ou sofrem mutações, para o desempenho da trégua natalina, que se estende até o trinta e um de dezembro.
Chega o dia de amar o inimigo, para desamá lo novamente no comecinho do próximo ano.
Ano que já será velho no dia dois ou três.
Data de perdoar os que nos ferem, porque passa logo, não custa nada ou quase nada, pois em menos de uma semana poderemos desperdoá lo.
À nossa volta o apoio das lojas, que tornam o amor democrático.
Pobres e ricos podem amar, no natal, pois existe amor para todos os bolsos.
Há um sentimento forte no ar comprimido pelas axilas que se cumprimentam no silêncio ruidoso das compras.
Das caixas registradoras.
Até mesmo dos pregões que incentivam esse sentimento, balançando os artigos bregas ou de luxo que têm a tarefa de pescar sorrisos, palavras e reciprocidades em formas de outros presentes Outras demonstrações embaladas por papéis coloridos e seladas por cartões que registram palavras previsíveis, criadas e impressas por quem não conhece os seus compradores Mas as mensagens são universais.
Servem para qualquer um, nessas datas.
E aceitam complementos de quem quer enfeitar um pouco mais.
Nas marquises e viadutos, há os que não podem comprar o amor Dar nem receber.
Nem aquele mais baratinho.
Também não podem comê lo nas formas vistosas de pernis, farofas, rabanadas e outras guloseimas.
Nem bebê lo, nos vinhos e champanhes que se revezam em taças.
Mesmo assim, feliz natal para todos! Para quem pode ou não, afinal, o natal é um grande teatro! É o espetáculo fabuloso que demonstra o ser humano em sua inexistência ideal, íntima, projetada no inconsciente relutante! Na fraqueza universal de criaturas que disputam espaço em um mundo cada vez mais concorrido! Essa disputa se acirra no natal, quando o amor é medido pelo dar e receber, excluindo os que não podem entrar nessa democracia para a qual não nasceram os indigentes, porque esses perderam há muito tempo.
Perderam pra mim e pra você, o que lhes era de direito.

Eu julgava uma coisa necessária.
Ele julgava outra.
Não fomos feitos um para o outro.
Nossas cores prediletas não são as mesmas.
Nossos times, maiores rivais.
Eu prefiro os lugares calmos, ele não sai dos agitados.
No entanto, nossas almas se encontraram.
Eu gosto de como ele fala, como ele ri, como vira a cabeça e como as suas covinhas aparecem pra mim.
Gosto de como seu cabelo comporta ao vento.
Gosto daquela mão de furinhos, a boca carnuda que parece me convidar, intimidar.
Adoro o timbre de quando ele me chama e a forma tímida de me cumprimentar.
Gosto da sua cara de sono, do olhar com o que observa as coisas.
Eu gosto de tudo.
Eu gosto dele.
Os dias passam.
Poucas coisas dessa memória infinitamente pequena que eu tenho dele vai ficando trancadas dentro do meu coração.
Palavras, muitas vezes ditas, verdadeiras e vindas de dentro, eu guardei.
Lágrimas dessem quando eu me lembro.
Pouco sei do que ele é.
Pouco sei do que ele sente.
Conheço tudo que o incrementa.
Já me acostumei com a sua forma de tratar, um estilo “não ligo pra você” totalmente sentimental por dentro, florescendo de sentimentos.
Ele sabe amar.
Pego meu celular e coloco em seu número.
Ele importaria se eu ligasse Seu olhar percorre minha insônia.
Seu abraço o meu reflexo.
Sua imagem a minha vida.
Eu te amo tanto que nem sei.
Não saber o que você fez hoje dói.
Aquelas palavras horrendas nunca saíram de dentro.
A forma de você me tratar como se não me conhecesse e não assumisse é a pior das dores.
Mas é difícil, não poder contar por já saber sua reação.
Fingir motivos e problemas pra que você não saiba da verdade.
Eu te digo de todas as formas, e você não quer escutar.
Dói o dia em que você não fala comigo – o que tem ficado extremamente comum – e dói mais ainda momentos em que você me diz, de forma subentendida, o quão sou insignificante nos seus dias.
São detalhes pra você.
São tormento pra mim.