Raízes
Na turbulência buscou fincar âncora nas raízes mais fortes e profundas que poderia ter
Então ouvindo o coração, pisou naquele chão.
Embora qualquer outro caminho pudesse percorrer,
sabia que outro não queria escolher,
pois foi ensinado que sobre alicerce fraco, prédios fortes não podem se erguer
sabia que colocar tijolos novos sobre qualquer outro chão,
poderia toda a sua construção comprometer.
Então ouvindo o coração, pisou naquele chão.
Tocar aquelas paredes, fez toda a sua lembrança acender,
paredes vazias para qualquer um que como ele não podia o mesmo ver
dali tirou o único combustível capaz da sua “roda motriz” abastecer
o que para todos era saudade, para ele era clareza de um valioso saber.
Como presente da natureza,
a lembrança se fez certeza
talvez a única, em um momento que tantas incertezas podia ter.
Então mesmo sem ter a resposta,
sobre ela fez a sua aposta
acreditou que merecia vencer
Percebeu que já poderia,
no suor de cada dia,
sua própria fortaleza erguer.
Sabia que de noite ou de dia, um farol teria
para o seu caminho iluminar e proteger.
Então ouvindo o coração, pisou naquele chão
Deixou a brisa leve no seu rosto bater,
fechou os olhos, e sem espelho pode ver
que algo nele havia mudado, sem que antes pudesse perceber.
Entendeu que por toda vida foi folha de uma linda árvore frondosa a florescer,
mas a vida fez a folha amadurecer,
e hoje para as suas mudinhas que estão a crescer,
a forte raiz, foi ele quem passou a ser.