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Amor Platônico

Eu costumava escrever sobre razões concretas ou amores platônicos que ocorrem à todo momento na nossa vida.
Costumava escrever só para deixar a angústia de lado, ou trazer a saudade de volta.
Costumava escrever sobre dois corações, sem ao menos saber o que cada um dizia e sentia.
Depois do verão passado, comecei a me acostumar à escrever sobre você e, conseguir achar algum significado simples à um sentimento enorme que, de alguma forma me tomava por inteiro e, eu nem sabia o motivo de tantos desparos repentínos do meu coração.
Eu sempre soube que ele não parava no lugar, sempre queria voar; mas nunca imaginei senti lo, como comecei a sentir depois daquelas férias longas e, ao mesmo tempo tão curtas em relação à tamanho sentimento.
Eu costumava a escrever sobre sentimentos ocultos que não conhecia, depois de você todos apareceram e resolveram permanecer.
Eu costumava ser livre dentro de mim mesma, depois de você comecei a flutuar sem sair do lugar.
Eu costumava a dizer não à tudo e à todos, depois de você comecei à usar o sim às coisas boas que existiam e, que não aproveitava.
Eu costumava ser louca sozinha e, com você aprendi a dividir essa loucura em declarações constantes de amor.
Costumava acreditar em corações solitários, sem ao menos saber o real valor da solidão.
Eu vivo me acostumando à objetos e à pessoas novas.
Vivo me acostumando à sentimentos e razões recentes.
Eu me acostumo à tudo com facilidade e, ao mesmo tempo tentando conquistar a imortalidade.

Amor platônico
"Já tive um amor que marcou minha vida
Esse amor por um tempo foi tudo pra mim Vivi um amor platônico, daqueles de arrebentar o coração aquele tipo de amor impossível onde sofre em silêncio onde todos os sonhos giram em torno desse alguém Um amor que se ama escondido onde o simples fato de ouvir a voz desse alguém faz o coração disparar, e todo o corpo grita desejando suas carícias.
Onde meus olhos se perderam em seu olhar sedutor Meu coração foi enfeitiçado por seus encantos e minha alma alucinada desejou eternizar o instante que o conheci.
Não sei explicar o que senti Só sei que quase enlouqueci de tanto amor guardado no peito O amor transbordando através de mim E tive que sufocar meu coração.
Silenciei meus desejos, sacrifiquei toda a minha carne renegando esse amor Entrei na mais profunda tristeza Conheci a solidão.
Mergulhei numa terrível depressão, presenciei inúmeras noites de insônia Chorei incontáveis lágrimas sufoquei todos meus sentimentos rasguei por diversas vezes o coração tentando arrancar esse amor impossível perdi a mim mesma por esse amor Fugi por lugares desconhecidos na esperança de esquecer o rosto desse alguém Amaldiçoei o destino pelo meu sofrimento Jurei nunca mais amar Aprisionei minha alma numa escuridão Tranquei meu coração Congelei meus sentimentos Não tenho olhos pra mais ninguém Não desejo ninguém Não me permito sonhar Não me deixo iludir Eu matei a mim mesma Sobrevivo mas não vivo Não creio em nada E os meus sonhos transformei em pesadelos Do amor nada mais quero saber, nada mais quero sentir O amor só me trouxe dores, decepções E hoje recordo o passado Não existe mais dores Também não existe sonhos E quem tanto amei segue a vida sem ao menos imaginar o estrago que me causou Sem nunca saber a falta que já me fez Sem nunca ouvir a razão de minha quase morte De quem é a culpa Nunca saberei, mas às vezes olho pro passado e vem aquela sensação de impotência, uma sensação esquisita, uma certa saudade do que não pude viver."
Roseane Rodrigues