Amores que doem e passam.
O amor não existe.
É uma definição ontológica.
Um nome chique pra explicar essa palavrinha cafona que eu adoro.
Pra gente poder entender que, na verdade, o que existe é uma soma de afetos, ou melhor, um bando de sentimentos amorosos, todos amontoados no coração da gente.
Ternura, atração, desejo e paixão, em maior ou menor grau se confundindo no peito de quem ama, e que muitas vezes vêm temperados com ciúmes, insegurança e possessividade.
É difícil administrar essa salada amorosa sem descambar pra um ou outro lado.
Fico me perguntando por que diabos eu gosto tanto de amar, se o amor vem sempre acompanhado de tanto sofrimento.
Amar é difícil.
Amores doem.
Perder um amor dói mais ainda, mas alguns amores um dia passam.
Eu sofri de amor muitas vezes.
Eu gosto de amar.
Gosto de sentir o coração quente.
Mas confesso que sou difícil de amar.
Me doo demais e não exijo menos.
Demando muita atenção, muito cuidado e muita presença.
Alguns desses amores me tiraram muito.
Muitas noites de sono e muitas lágrimas.
Muitos dias chafurdando em ausência e dor.
Me entupindo de álcool, cigarros e qualquer coisa que pudesse me fazer bem mal.
Mas outros foram embora me deixando muito também.
Me deixaram bons momentos, dias felizes e boas lembranças.
Um dia eles se foram, doeu mas passou.
E meus sentimentos amorosos foram aos poucos se transmutando, em raiva, aversão ou frieza, outros em saudade ou carinho, até, finalmente, se transformarem em indiferença.
É nesse ponto que aquele amor original se apaga.
Amores sem fim doem, mas também acabam.
#EuPrecisavaDizerIsto