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7 Meses de Namoro

Se um dia vc quiser viver uma vida com mais sentido e tiver procurando alguém que esteja na mesma direção para compartilharem juntos essa jornada! Escolha alguém q reforce todos os dias o seu propósito e a sua crença em um mundo melhor.
Alguém q te mande bom dia todos os dias com símbolos de sol, flor, chuva e tudo o que vier pela mente quando ela abrir o olho e pensar de vc.
Alguém q admire vc pela sua essência.
Alguém q enxergue em vc além do que o olhar comum pode ver.
Escolha alguém que se relacione puramente com a natureza e com os animais.
Escolha alguém que te leve para ver as tartarugas no mar.
Alguém q não te julgue e não te deixe julgar e q não te culpe e não te deixe culpar, inclusive a si mesmo.
Alguém q te leve para meditar em um fim de tarde na praia.
Alguém q chegue cansada do trabalho e se jogue nos seus braços, no sofá.
Escolha alguém q cuide de vc, da sua alimentação, da sua saúde.
Alguém q te ajude a evoluir, transcender.
Alguém q acorde de madrugada para ouvir os seus medos e reflexões sobre a vida.
Alguém q use sua camisa preferida de vestido.
Alguém q mergulhe, não apenas na vida marinha, mas nos livros de Prem Baba, Rubem Alves e Manoel de Barros.
Alguém q, independente da situação, irá te falar que já deu tudo certo! Escolha alguém q te acolha com um abraço quando vc estiver emocionado e q valorize a sua emoção.
Enfim, se encontrar alguém assim, agarre, se jogue, mergulhe com vontade.
Vc terá a oportunidade de viver uma das melhores experiências da sua vida: o verdadeiro encontro de almas.

A DURAS PENAS
Lara barganhou o Mothorhome por meses, antes de adquiri lo.
Era um trailer pequeno, com a mesinha, armários envernizados, o frigobar e a cama.
Mas não importava se fosse simples, sujo ou claustrofóbico.
Bastava para ir embora.
Encheu o com tudo o que tinha e, em apenas três dias, partiu em busca de um sonho.
Ao pisar no acelerador, deixou para trás o marido.
Se conheceram no ensino médio, casaram se cedo e construíram uma cerca branca aos trinta.
Aí começaram as bebedeiras, chegadas tardias, brigas, mágoas e o silêncio.
Passaram a trocar poucas palavras entre si.
Lara não podia dizer o que pensava, pois isso colocaria em risco o relacionamento e ela nada seria sem ele.
Foram anos de um vazio que ela viveu sabe se lá porque.
Viveu não, suportou.
Servia a ele como uma empregada durante o dia e boneca inflável durante a noite.
Lavava as roupas e o ouvia reclamar sobre tudo, como se ele tivesse uma vida terrível.
Ela queria dizer o que sentia sobre o dia.
Reclamar da queimadura no dedo, da roupa manchada ou dos cães que cagavam por tudo.
Mas ao abrir a boca, temia.
Que ele se cansasse, retrucasse ou ignorasse.
O que era dela sem ele afinal
O pior era quando ele partia, pois nada sobrava para fazer.
Não tinha com quem conversar, a quem servir.
A ambição de tornar se fotógrafa ficara na faculdade.
As amigas com quem conversava já tinham suas próprias vidas, bem longe dali.
Lara fora proibida de falar com elas há muito.
Depois foi, aos poucos, sufocando a si mesma.
Transformando se numa sombra, em cinza, até ser tragada quase que completamente.
Mas quase que completamente não é tudo.
Escondida na fumaça, quem diria, havia uma luz.
Lara a guardava dentro da caixa de sapatos, junto dos poemas que ele nunca lia.
De moeda a moeda, como quem compra a liberdade da prisão, lá ela juntou as próprias economias.
Só foi preciso um passo, um contato, um ato, não de covardia, para ela largar tudo de mão e correr de volta a si mesma.
Aí chega a parte que eu acho mais linda.
Não foi preciso outro alguém para resgatá la do abismo, da escuridão que ela vivia.
Lara foi embora para uma terra distante, onde não havia muitas pessoas e conheceu uma das praias que ela sempre sonhou.
Quando lá chegou, pelo que dizem, tirou as sandálias, segurou a saia florida e correu para o mar, agradecendo ao universo pela vida.
O marido ficou no coração, mas dele jamais precisou para ser feliz.
Lara entendeu que, ao abrir as próprias asas, renasceu.
Calçou as sandálias, voltou ao trailer e seguiu o próprio rumo, pelas estradas desertas, moinhos e campos floridos.
Porque no final das contas é assim com todos, concluiu.
É preciso saber que na vida nós viemos, ficamos e vamos sozinhos.