Lembro da gente voltando da festa terminada
Em cambaleios abraçado a pessoa amada
Ouvia se apenas os compassos de nossos passos
Que se harmonizavam com as cantigas
Que surgiam do silêncio romântico das estrelas
Que clareavam caminhos da minha cidade do interior.
Eis me aqui
Carne dada aos vermes
Sem arrependimentos
Dormindo nos meus culposos desejos
Sonhando com carícias impróprias.
Hoje o meu quintal amanheceu lilás
Da cor do amor fugaz, da cor da sedução
Hoje as flores se abriram e choveu pétalas no chão
Fizeram do meu canto a cor forte da emoção
Ainda é tempo de jambo.
Sorrio apenas o necessário
Para que o sorriso não seja apenas um escancarar de boca
Boca que seduz, assobia, devora,chupa que beija
Boca que poeta,encanta, canta e não cala.
Sarabatana flechou coração do cantador da aldeia
Que vive apaixonado fazendo poemas pro rio
E passa o dia contemplando seu pé de taperebá
Beijando bocas sonhadoras que vem lá do Amapá
Hoje amanheci com vontade de dançar
Com vontade de provar do batom da tua boca
Hoje eu acordei com vontade de beijar
Com vontade de beber dessa paixão tão louca