Carta a BandeiraMeu amigo és poeta! Menor,maior,te perdou.Ergues a bandeira do teu nomeEm nome aos poetasMenor e maior,todos te perdoaramManuel BandeiraFostes a bandeira do RecifeDo Recife nossoNossa casa,Nossa rua,Nossa literatura.Bandeira de pasárgada,Lá sou teu amigo,Lá beijas as tranças da mulher mais bela.Da bandeira do nosso recife,Da bandeira de pasárgada,Da bandeira do teu nomeTão poético.Um dia vou me embora pra pasárgadaEncontrar me contigo.Poeta menor..És meu pai. Benção a mãe Benção ao Recife.
Uma vida se passa entre os fios dos teus cabelosNão sei onde termina meu braço e começa o teu,Não sei tocar teus lábios sem fechar meus olhos,Não sei escrever teu nome sem pensar em tuas letras.Meus olhos puxam tua sombra para me cobrirToda vez que é noite de velas.Faz um buraco na parede da minha casa e olhas o retrato que guardei.Foi tirado nas margens do rio CapibaribeE posto em uma moldura lunar.O silêncio da noite é nossoDos grilhos melodicosDas pedras melodicasDa lua melodicaNa minha alma repousa teu nomeTeu calorTua voz sublime formada com ardor.Tenho apenas um vazo,mas escrito com tua flor.
..Vida de plásticoFlores de plásticoCorpo de plásticoCoração de papel O coração se vai O resto fica pra sofrer
Seres humanos Vou ser humanoPor que ser humanoÉ ser filho de Deus.
Deixa o sol moço nascerJá cansei da tua madrugada.Apenas dorme moça,senhora do tempo,Que Deus não faz correr água do teu rosto cansado.Ver quem vem pra ser eternoEu vim de terno e com a flor da nossa ultima primaveraMas dorme moça,senhora do tempoDou te um beijo de amor no proximo setembro
Onde estais sereia Sem tuas marcas na areiaÉ difícil te encontrar Nem ajuda de Deus,Um grande amigo meuQue fez do mundo meu larNão consigo te encontrar.Tal vez o sol mostre um caminho nascenteE no meio de toda gente,Passando na sombra de todo lugar,Eu te veja caminhandoPela rua da saudadeOnde tentas descansar.Sou homem,mas menino quando te quero pra sonhar.Em todas as horas te procurei,Na rua da saudade de acheiDormindo no ar crepuscular.
O sertanejo passando na sombraCom seu cavalo negro se espantaQuando olha pro céu vê que a saudade é tantaQue ate sua alma se amedronta.Sabe que pediu a DeusE ele não ouviuSabe o medo dessa terraAtiçou o Cão que fugiu Olha pro céu e a saudade é tantaQue nem se tem mais lembrançaDa chuva que não mais viuO céu não ta mais enfeitadoCom as nuvens negras que um dia chorouO passarinho passou cansado,O urubu de tanto morto se alimentouE o sertanejo com seu cavaloAcreditou no Deus salvador.O chão se alimentava do seu sangueDisse: você não viu Daqui fico de pé! Esse é o mió pedaço do BrasilE se a chuva ainda não desceu,É talvez porque não assubiu.
O mar o doce salgado dos apaixonados.
Teu cabelo no meu cabelo,Teus dedos em minha barbaTudo isso deixaste de HerançaDisseste Adeuse eu ate amanhã.
Onde nossa tristeza é mais bela,Onde minhas lagrimas podem sorrir nos braços do redentor,Onde é Dó maior de Tom.Todas as letras nessa carta e nada em seus olhos,Mas no piano e violão o suor de teus dedos.Tuas mãos choravam ao tocar pra Copacabana,E eu choro ao te tocar e te ouvir Tonzinho
Tudin,Pequeninin,Meu amorzin,Se fez asim,Grandin,Na menininha do cabelinBunitin,Dos meus olhin,Tornou assim,Meu coraçãozin,Uma caixinha,De sorvetin,Amorin,Que de tudinE todasEra tudin teu assim,No teu rostin,Tava meu rostinNo teu corpinTava meu corpin,E de tudin,Meu amorzinÉ apenas teu,Cleide.
Nem madrugada,nem manhãMe chamas a provar teu chá,Mas no final da tarde me convidasA tomar teus olhos crepuscular.