Na época de faculdade minha alma era poética.
Vivia apaixonado por mulheres, por causas e por ideais revolucionários.
Naqueles tempos, minha inspiração era tamanha que chegava a escrever poesias para a musa que julgava inspiradora.
Não demorou muito para a musa passar do lírico para o concreto.
Desposei a.
E como todo jovem impetuoso e incauto, errei fragorosamente.
Hoje, com a vida começando, me sinto mais despreparado que nos idos dos anos 90.
Bom, de consolo, um pensamento teima em utilizar a minha mente como morada: os erros que cometi nada mais foram que sonhos desvairados de uma alma que se achava gigante.
Agora, sem o ímpeto de antes, quero apenas abraçar o concreto e dizer ao mundo que não perdi o lirismo, apenas o congelei para o porvir.