Não ponha fim nos meus caminhos assumidos
Meus pés jamais se limitaram ao seu querer
Transbordam rumos dos meus olhos ressequidos
Eu vivo a vida que você não quis viver
Mas como é bom ouvir bom dia todo dia,
Sentir as mão e semear, plantar, colher
Dormir ao som de uma viola caipira,
Pisar o barro, dar aos pés o dom de ter!
Calmaria (Walmir Palma)
Pouco de céu
Quase de sol
Pouco de ventania
Quase de dor
Pouco de mar
Quase que nasce o dia
Meio você
Meio verão
Meio minha cantiga
Pouco de mim
Meio você
Quase de calmaria
A terra flora! Felicidade!
Choveu na roça! Adeus cidade.
Eu vou me embora.
Eu já vou tarde!
Eu vou agora.
Bateu saudade!
Entalhe (Walmir Palma)
Quando você me beijou
O céu se fez escarlate
Foi tão imenso o calor
Que o meu amor despertou
Do seu repouso de mármore
Quando você me deixou
Eu abracei uma árvore
Tamanho era meu amor
Que lá no tronco ficou
Meu coração feito entalhe
Minha casa são muitas, uma só todas elas; o morar é a casa
com varandas, janelas.
Obs.: trecho adaptado.
Texto original "Essa casa são muitas", do poema "Memória da Casa" de Walmir Palma e Fernando de Oliveira.