Vivendo o Palhaço
Assim eu nasci, e, assim viverei.
Embora pequeno já me percebesse assim, espalhafatoso, caricato e desenvolto.
A minha necessidade de ser visto e admirado vem do berço que antes reinava quando criança, e, em meio às outras crianças, queria me destacar e ser reconhecido, pra isso então, eu chorava mais exageradamente, gritava pra fora Nas fotografias eu brilhava: Lama na cara, braços abertos e careta mais feia era o que destacava.
Queria toda atenção do mundo, todas.
E se não as tinha, a cara eu trancava e assim me “emburrava”.
De mim todos caçoavam, críticas não construtiva e pouco motivadoras recebia, e sem ter como rebelar, assim permanecia.
Com esse meu jeito caricato eu cresci, amadureci, e vi que algo mais forte queria então pra fora explodir, a principio não sabia o que era de fato, tampouco saberia lidar com tal embromação: Livros, enciclopédia, arte, circo O palhaço então é o que era e fui descobrindo e fui encaixando e o palhaço em mim foi se revelando: Caretas, corpo, máscaras, roupas, formas, disciplina, tudo isso para ser um palhaço.
Pra ser um palhaço antes tens que ver o palhaço, descobrir o palhaço e viver o palhaço, pra então ser.
Todos nós somos palhaços, mas sinto pena de quem não assumi.
Ser palhaço é ser digno de toda felicidade!