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Vilmar Becker

Admito que tudo o que eu mais queria era me sentir em paz.
Tenho reparado o quanto as pessoas estão maldosas e fazem questão de maltratar umas ás outras em troca do seu prazer.
Lidam entre si como se fosse uma eterna competição entre o mais forte e o mais fraco e nessa disputa de braço de ferro, quem perde vira marionete.
Deus me livre de levar uma vida dessas.
Entre ser o sujo e o mal lavado, eu escolho ser eu mesmo.
Admito minhas falhas, fraquezas, meus anjos e demônios, minhas ambições e aflições.
Só por hoje, mas a algum tempo, só por agora, mas desde ontem, só por esse momento, mas as horas que se passaram, eu cansei da maldade humana.
Reparo também que a convivência com a minha criança interna, faz de mim uma pessoa menos atenta ao adulto.
Queria que o mundo fosse doce como a ingenuidade infantil ou que fosse repleto de crianças e animais.
Crianças podiam não crescer.
Estou triste, magoado, chateado e todas essas palavras soltas servem para construir uma ideia que nem eu mesmo soube criar.
Só preciso desabafar, talvez ninguém me entenda ou nada faça sentido fora, mas para mim faz.
Só preciso de um pouco de paz na alma.
Só um pouco de tranquilidade, de não ter que viver armado para o outro, ou ressabiado, esperando o próximo golpe.
Que vontade de viver outra vida, que vontade de resetar tudo.
Estou cansado, só isso Cansado da maldade alheia, dos excessos de quem não soma em nada, do raso que não se dá pra molhar nem o dedinho do pé.
Tenho vivido dias estranhos.
Estou bem, creio eu que saudável, mas emocionalmente um bagaço.
E sabe o que eu mais queria Proteção.
Me sinto sozinho, e em tudo.
Não é uma sensação boa e tem me incomodado cada vez mais e me feito cada vez mais introvertido.
Acho que o que eu sempre almejei na vida foi por cuidados, ser bem tratado.
Nunca quis nada que não fosse meu.
Nunca me encostei nas pessoas para conseguir o que eu quero.
É que na verdade eu cansei de ser só profissional, cansei só de ter que dar conta das coisas e de mim não ter quem cuide.
Esses dias me peguei pensando em você, como em todos os dias que vivo o inferno da espera que talvez nunca chegue, lembrando das nossas conversas e foi uma nostalgia boa, sensação de paz, você mesma nunca se sentiu segura de si, e eu entendo, como sempre te entendi.
Aí volto à estaca zero e penso que eu tenho que manter o meu silêncio dolorido.
Dar seguimento no trabalho, nos projetos, nas parcerias e esquecer de mim.
Uma hora as coisas devem se ajeitar, uma resposta deve surgir.
No instante agora, posso dizer que eu estou cansando e que só queria um colo, refugio, aconchego e ficar em paz.
Precisava te falar algumas coisas que sinto, mas não vou descer do meu orgulho e te incomodar na sua zona de conforto.
As coisas na vida são assim, indas e vindas, chegadas e partidas.
Resolvi desabafar por aqui mesmo, certamente em algum momento dessa vida você há de ler isso ou quem sabe eu terei a oportunidade de te falar pessoalmente como naquele dia em São Francisco do Sul, naquele restaurante, onde tive a oportunidade de te mostrar o melhor de mim.
Nada premeditado, o destino se encarrega.
Lembra de como tudo começou A maneira como as coisas fluíram e deram certo Ou pelo menos caminhos nessa direção, me peguei pensando nisso no mesmo dia que li as mensagens que trocamos quando você foi embora.
Refletindo sobre isso eu descobri o quanto você iria me fazer falta, muita mágoa aqui dentro.
Porque mesmo tendo me apaixonado por você eu tinha uma consideração que fazia de mim um homem diferente e corajoso para enfrentar qualquer coisa e poder ver seu sorriso de satisfação no final do dia, tinha muito mais valia.
Você conseguiu ser a pessoa mais importante da minha vida e em questão de dias deixou minha cabeça e minha vida um embrulho sem fim.
Desculpa, desculpa mesmo por pensar demais e por não aceitar certas coisas, uma delas é o julgamento precipitado, nunca fui o que você pensou que eu era, nunca aceitei ser como a maioria.
Mas te respeito e te agradeço por ter me ensinado muitas coisas O pior que eu me conheço, uma hora quem sabe esse sentimento passe.
Mas vai ver foi melhor assim.
Cada um tem da vida o que merece Só precisava te falar, que, não sei se eu merecia isso da vida, mas fui obrigado a aceitar, e te deixar livre, com o coração gritando e sangrando, eu deixei você seguir, queria que essa história toda mudasse, mas não sou dono do mundo para mudara história de seja lá quem for, muito menos da pessoa que eu mais amei, “e ainda amo”.
Um dia terei as respostas certas, por enquanto só tenho a mim mesmo e mais nada.

Sempre achei o ser humano o ultimo da lista dos seres importantes, e acredito que se as pessoas inteligentes começarem a olhar ao seu redor irão acabar concordando com essa tese maluca de um doido desconhecido que não é melhor do que ninguém, e nem pretendo ser, vou deixar essa hipótese para os consumistas natalinos que acham que seu bel prazer em gastar com ricos presentes irão transformar o mundo no que os seus desejos imaginam, como muitos nunca tiveram o natal que sonharam ter, quem sabe uma reflexão sobre seu passeio de carro novo ao shopping para pesquisar as possibilidades de mostrar o quanto seu ego pode ser maior do que sua capacidade de pensar sobre sua inteligencia pouco usada, fico imaginando como seria o natal desses seres que além de serem extremos consumistas permeiam o ócio da imbecilidade em julgamentos e atitudes mesquinhas, como seria o natal desses seres sem seu misero centavo que carregam em seus cartões de crédito como se fossem armas para utlizar nessa guerra consumista do século da informação utilizada apenas para mostrar o quanto ninguém é informado sobre nada.
Como não somos capazes de suportar a nós mesmos procuramos no consumismo uma forma de agradar o que nem nós mesmos suportamos em nós, na verdade o presente se tornou uma forma de comprar o outro ser, que por sinal aceita por questões óbvias que tornamos o natal das frustrações pessoais, das mesquinharias pessoais e das ignorâncias frente a fome e a miséria, nossas ceias fartas de pessoas famintas dos nossos exageros e das esperanças de receber o melhor que vem embrulhado em papel de presente sintilante e com desenhos e dizeres que nos remetem a não pensar em nada a não ser ganhar mais e mais caro, parece que nosso valor se resumiu a esquisitice de ser realmente o topo da cadeia alimentar, aquilo que serve apenas para sí próprio, opa, desculpe, me equivoquei, pois nem para sí próprio servimos, precisamos ser melhores para dizer que servimos para alguma coisa, e quem define se somos melhores está muito acima de nós, mas achamos que nosso cartão de crédito e nossos presentes caros no natal nos fazem seres divinos, quanta hipocrisia, quantas vezes doamos uma cesta básica a quem precisa, quantas vezes damos um prato de comida a quem pede, bom, um presente caro para cada afilhado que tive eu nunca esqueço, pelo menos eles não vão me chamar de pão duro, velhaco e unha de fome, como se isso me fizesse melhor, tenho pena de quem pensa assim, esse nunca olhou nos olhos de quem teve pela primeira vez um natal de verdade, com carinho, afeto e alguém que se importasse de verdade, de que adianta tantas coisas bonitas no natal, se só o que carrego comigo é um ser capaz do bem ou do mal, enfeitar minha casa, meu pinheiro, comprar presentes caros, isso só me faz um ser igual a qualquer outro, capaz de dizer sim as futilidades, mas sem coragem de fazer o outro sorrir pelo simples fato de existir, bom, não vou estragar seu natal, continue fazendo o que sempre fez e foi treinado, eu vou continuar pensando, afinal é a única coisa que me resta do real valor que esta data me representa.