Quero lhe detestar
Mas não consigo parar de te amar
Estou dividido
Já perdi o sentido
Quero te abusar, beijar
Sua carne quero arrancar
Já estou com sede
Vou te por contra a parede
Vou te apertar, forçar
Até você implorar
Queria estar em seu abraço
E acabar com esse embaraço
Nesse nosso laço
Queria te dar uns amasso
Nessa noite em que tudo faço
E te satisfaço
Para terminar num cansaço
Depois, subir para o terraço
E ver esse estrelaço
Que faz nosso espaço
O que eu fiz
O que aconteceu comigo
Mudei tanto,
De um jeito que nem mesmo queria,
Como pude deixar acontecer!
Mas agora, enfim,
Percebo, que sou melhor assim.
Presa em sua solidão
Com seu único violão
Suas músicas, são seu único viver
Para poder lhe aquecer
E as trevas temer
Sua alma é o que lhe resta
Já que tudo lhe contesta
O mundo que só em jazidas de dor
Renegado do amor