Não penses que a sabedoria é feita do que se acumulou.
Porque ela é feita apenas do que resta depois do que se deitou fora.
Como saber que se falhou, se não sabendo como não falhar Mas então porque se falha E se saber que se falha é realmente ignorar como se não falharia Sabemos de outros que não falharam, porque sabemos então neles o que é não falhar.
Saber tudo de tudo.
Ou tudo de algum saber.
Decerto é impossível e mesmo indesejável.
Mas que tu sintas que é bela a luz ou ouvir um pássaro cantar e terás sido absolutamente original.
Porque ninguém pode sentir por ti.
Não poderás vencer a morte.
Mas impõe lhe a vida como um bandarilheiro e verás que muitas vezes ela marra no vazio.
A verdadeira pergunta é inocente e é por isso mais própria da criança.
A resposta perdeu já a inocência e é assim mais própria do adulto.
O maior paradoxo do desejo não está em procurar se sempre outra coisa: está em se procurar a mesma, depois de se ter encontrado.
Quando se apanha um mentiroso, ele pode perguntar nos e o que é verdade E o mais provável é termos de o deixar seguir.
Não te entristeças por não poderes já ver o que verão os que vierem depois de ti.
Porque depois de mortos, terão visto exatamente o mesmo que tu.
Pois.
Tiveste em jovem a tua ideologia.
Mas envelheceste.
E a velhice tem já as suas falhas de memória.
E uma das maiores falhas de memória é persistires no que te torna já um maníaco.
Numa situação intensa não sabemos que dizer.
Para isso é que há o formalismo do silêncio, traduzido num abraço de emoção ou nos «sentidos pêsames» sem emoção nenhuma.