Ingenuidade é um modo de se ser inocente.
Infantilismo é um modo de se ser idiota.
Faz a sua diferença.
Muitas vezes o problema não é o de se não ter talento mas apenas o de se não saber ter.
Porque uma coisa é ter qualidades e outra ter o instinto da sua exacta aplicação.
O grande paradoxo do artista é ter de tornar invisível a visibilidade do artifício com que torna visível esse invisível.
A paz.
Procura a.
Mas uma paz que te trespasse todo e não a que te descanse apenas a superfície como a um pedinte que dorme num banco de jardim.
Como em jogo de cabra cega, em que há seres à nossa volta, a pergunta orienta se entre os que lhe não pertencem até achar o que procura.
Já deve ter sido dito mas não há mal em repetir: o livro banal é o que perde à segunda leitura; o bom livro é o que ganha.
Toda a cultura assenta na interpretação dos factos.
Os factos em si permanecem, sujeitos embora a emendas como factos que são.
Mas não a sua leitura.
A imagem de um intelectual, mormente de um escritor, não está bem nos livros que lê mas naqueles que relê.
A leitura revela aquele que deseja ser; a releitura, aquele que é.
Como é subtil, milimétrico o desequilíbrio do que escrevemos.
Um breve desvio e é logo o insuportável para o leitor.
Tudo porque a sua liberdade é o seu mais alto privilégio.
E é assim difícil que se nos submeta.
Nenhum vício se pode combater pelos malefícios que traz, mas sim, por não ser aceitável para a opinião que dele têm os outros.
Se queres combater o tabaco, não digas que faz mal.
Diz apenas que parece mal.