Vou me encravar no solo mais intenso do oceano.
O prazer de olhar para o nada se acabou, mas com ele a solidão não se foi Um raio invisível me atingindo de minuto em minuto.
Saiba que ainda respiro, mas já deixei de viver.
Devias recear me, como um gato ao derradeiro oito que se espavori da noite.
Devias desconsiderar meus convites pela madrugada, como quem se ensurdeceu há muito.
Sussurradas de uma forma não tão doce assim, vindas da boca de um demônio agourento, palavras que arranham a alma quando chegam ao pé do ouvido.
Vejo o vento passar, como quem leva flores para seu verdadeiro amor.
Ouço a chuva bater como quem defende a própria vida.
Sinto o frio se alojar em minha pele como quem necessita de um abrigo.
Aprendi que a gente fecha os olhos para muito depois alguém abri los com toda delicadeza.
Mas enquanto a gente dorme, é o sono mais profundo e cruciante.
É um sonho frio e solitário.
É um descanso triste e imortal.