Meu País Desgraçado
Meu país desgraçado!
E no entanto há Sol a cada canto
e não há Mar tão lindo noutro lado.
Nem há Céu mais alegre do que o nosso,
nem pássaros, nem águas
Meu país desgraçado!
Por que fatal engano
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram
Meu Povo
de cabeça pendida, mãos caídas,
de olhos sem fé
busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da miséria se te esconde.
E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere a sem dó
com o lume do teu antigo olhar.
Alevanta te, Povo!
Ah! , visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclama filhos mais robustos!
Meu Povo anémico e triste,
meu Pedro Sem sem forças, sem haveres!
olha a censura muda das mulheres!
Vai te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que só por Amor te não desprezam!