No começo deste século, nós, os fundadores da Aeronáutica, havíamos sonhado com um futuro pacífico e grandioso para ela.
Mas a guerra veio, apoderou se de nossos trabalhos e, com todos os seus horrores, aterrorizou a humanidade.
Não se espante com a altura do voo.
Quanto mais alto, mais longe do perigo.
Quanto mais você se eleva, mais tempo há de reconhecer uma pane.
É quando se está próximo do solo que se deve desconfiar.
Eu não quero tirar em nada o mérito dos irmãos Wright, por quem tenho a maior admiração; mas é inegável que, só depois de nós, se apresentaram eles com um aparelho superior aos nossos, dizendo que era cópia de um que tinham construído antes dos nossos.
No trajeto para a Torre Eiffel, nenhuma vez olhei para os telhados de Paris.
Eu flutuava sobre um mar de branco e azul, nada mais vendo senão meu objetivo.
Estou disposto a oferecer, em concurso, um prêmio de 10 mil francos para o melhor trabalho sobre a interdição das máquinas aéreas como arma de combate e de bombardeio.
Logo depois, em 23 de outubro, perante a Comissão Científica do Aero Club e de grande multidão, fiz o célebre vôo de 250 metros, que confirmou inteiramente a possibilidade de um homem voar.
Há um ditado que ensina o gênio é uma grande paciência; sem pretender ser gênio, teimei em ser um grande paciente.
As invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso, em que não deve haver lugar para o esmorecimento.