Sonhar é preciso, só não vivo de sonhos.
Na obscuridade onírica eu vejo uma vida ainda não vivida, vejo passado nas minhas lembranças, brinco e posso brindar a fantasias, ter gente que não mais posso tocar, é tudo tão bom.
No imaginário mora a alegria e a dor é leve.
Nos sonhos redesenho a vida, faço curvas para desviar caminhos e chegar mais rápido à frente de tudo, do meu jeito, do jeito da minha ilusão.
Em sonhos eu pulo degraus e eu sei que isso é mau, mas eu não me importo, é tudo ilusão.
Na minha realidade, quando vem a dor, logo penso em desistir, mas não é mais sonho, não posso parar.
Isso é mais que normal.
Aqui fora, eu sinto a queda, eu sinto a lágrima, eu toco a decepção, é tudo tão mau, é tudo normal.
Eu subo escadas, e não pulo degraus, pois eu sei que encurtar o caminho não vai adiantar, sempre vai existir um novo degrau, se eu vou querer subir, isso é outra historia.
Há dias em que tudo parece invertido, os sonhos parecem reais, enquanto a realidade, de tão complicada que é, parece um sonho impossível.
A covardia, natural do homem, tende a querer se meter e me manter dormindo, mas a ousadia sempre vence, sempre me surpreende, ela me tira das sombras e é cordado que sou capaz de realizar o que o sobrenatural não explica, naturalmente não explica.
Existe um Mestre, eu O sinto, o Mestre dos Sonhos Reais, que me auxilia.
Ele me toma em sonho para fazer me realidade.
Ora, quero continuar acordado, vencendo, construindo, consertando e construindo uma historia real, uma difícil realidade.
Não quero viver de aparências, não quero fingir ser outro.
E se eu conquistar alguns, que sejam aqueles que me conhecendo, não me peçam para viver um sonho.