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Rozilda Euzebio Costa

CENÁRIOS SOCIAIS
Diante do vão da desigualdade e da indiferença social,
Existem comunidades inteiras de egos elevados,
Representando modéstias falsas, e orgulhos exacerbados.
Num cenário absurdo, frio de sentimento, e brutal.
Existem dois mundos desiguais que se cruzam sem comunhão,
Neles, multidões nunca se acenam, e quase nunca se tocam,
Estão todos dentro de um panorama de vida real,
Vivendo uma existência sem amor, e sem emoção.
Diante de uma grande aglomeração de vidas humanas,
Existem numerosos contrastes bastante explícitos,
De um lado – a abundância, o desperdício, e a esperteza desonesta,
E do outro – a doença, a fome, a nudez, e vidas insanas.
Nas personagens reais que atuam nas entrelinhas da vida,
Existe uma fome que grita eloquente nos pobres desvalidos,
Mas ninguém ouve esse grito! Estão todos surdos!
Estão todos mergulhados em seus propósitos, em sua própria lida.
Existem aqueles que não sabem mais o que é o viver,
Eles vegetam no campo árido de seu próprio existir,
Sem nenhuma consciência real, sem nada mais desejar para si,
Da vida que levam, e do ar que respiram, vivem sem nada compreender.
Existe ainda uma grande multidão que quer fazer o bem,
Plena de conhecimento – sabe que, um abraço aquece e conforta,
Mas sua resistência ainda é muito maior do que o seu amor,
E o medo de ser afetada pelos sofrimentos do outro, a detém.
Existem tantas sociedades no consumismo inconsciente,
Quanto existe em seu meio aqueles que nada possuem.
Estão todos juntos, em um mesmo barco, em um mesmo caminho,
Vivendo de uma mesma vida de altos e baixos – inconsistente.
Diante do espelho exposto na face do irmão,
Ninguém consegue ver a si mesmo, nem se reconhecer como família,
E todos vivem numa crença preenchida por delírios,
Numa existência cega, sem sentimentos, sem o calor do coração.
04.10.2016

Maturidade
Amadurecer dói, e assumir as próprias escolhas também dói, porque é mesmo difícil enfrentar as barreiras do mundo sozinho.
Os seres humanos não são diferentes das aves.
As aves nascem frágeis, passam boa parte de sua vida na dependência da ave mãe, e quando estão prontos para alçar voo, eles tremulam de medo, seus coraçõezinhos estremecem pelo fato de ter que seguir sem a proteção da ave mãe.
A ave mãe prepara seus filhotes para voar e ir viver a sua própria história, eles não devem ficar velhos no ninho, é preciso que aprendam a conquistar o seu lugar, o seu alimento, e o seu horizonte.
E quando chega o tempo oportuno, a ave mãe abandona o ninho, para que seus filhotes alcem o voo da liberdade e da maioridade, para assim, construírem a sua história.
Da mesma maneira são os "filhos", que a vida entrega a uma "mãe" provisória, para que ela lhes ensine a caminhar, e lhes ensine os valores da vida.
Assim também os "pupilos", os "discípulos", que a vida entrega a um "mestre", para que ele lhes ensine a ter maturidade, e a valorizar os seus sonhos, para que ele lhes induza a buscar o seu espaço na vida, sem medo, com a coragem de um lutador(a).
Existem filhos que envelhecem e não vivem a própria vida e, nem mesmo conseguem sonhar os próprios sonhos, porque as mães não lhes ensinou a caminhar sozinhos.
Existem pupilos e discípulos que se tornam dependentes demais de seu mestre, e quando encerra o tempo do treinamento, não aceitam se desgarrar, porque a separação dói, deixar de depender de quem esteve sempre à frente das decisões dói, por isso muitos pupilos querem viver para sempre ao lado do mestre, mas o mestre precisa que o pupilo siga seu caminho, porque existem outros pupilos em iniciação na escola da sabedoria.
Chega um momento em que, querendo ou não, é preciso se desgarrar e caminhar com as próprias pernas, assumir suas decisões com segurança e fé em suas escolhas, sem medo, sabendo que todos, mestres e discípulos, pais e filhos, estão sob o mesmo jugo da vida.
Rozilda Euzebio Costa

O Amor (Love)
Ainda que o tempo leve a nossa juventude, o amor jamais envelhecerá.
Ele será para nós um reforço, um esteio seguro diante das tempestades do mundo.
Ele será a ponte que nos conduzirá rumo a eternidade.
Nenhuma alma pode sobreviver sem o amor, nenhum sonho pode ser construído sem ele, e é através dele, que todas as coisas se realizam.
O amor faz germinar e faz crescer, e este mesmo amor, faz com que o mundo sobreviva às intempéries do existir.
É ele, a energia que guia cada individuo e os faz evoluir.
O amor é o guidão do barco que nos levará pelo mar das adversidades.
O amor é a corda que temos para nos agarrar em meio ao vento forte das dificuldades.
O amor é tudo de que precisamos para atravessar os desertos da existência.
É a brisa suave nos dias afetados com o calor da indiferença.
O amor é o que tornará, eu e você, participantes da eternidade.
Será ele, junto a nós, a abrir os portões do céu, quando chegar o momento de adentrarmos a morada eterna.
O amor é o que faz você e eu, desejar o melhor da vida, desejar o sol mais brilhante, o mar mais calmo, e o céu mais azul.
E é ele, quem provoca em nossos lábios, uma vontade imensa de sorrir, e um louco desejo de sobrevoar as montanhas.
O amor é esta companhia adorável, que às vezes se faz de cego, para não me deixar ver os teus defeitos, e nem te deixar ver os meus.
O amor é este laço colorido que nos enfeita e nos deixa belos para sermos abraçados pela vida.
Rozilda Euzebio Costa